PRESIDENTE DA PETROBRÁS ACREDITA QUE A MINERAÇÃO DO BRASIL PRECISA SE REINVENTAR
O presidente da Petrobrás, Roberto Castello Branco, disse que os rompimentos em barragens de rejeitos de mineração e suas consequências “não devem ser motivo para a demonização da mineração”. Ele citou que até mesmo “órgãos públicos, que deveriam fiscalizar as estruturas de rejeitos, também falharam. A oportunidade deve ser aproveitada para a reinvenção da mineração no País, com a adoção de inovações tecnológicas e maior segurança nas operações”. Ele participou da Expo & Congresso Brasileiro de Mineração (EXPOSIBRAM 2019), em Belo Horizonte, que termina na sexta-feira (13). Ele ainda sugeriu ao Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM) “uma postura mais proativa para a recuperação da imagem da mineração. A indústria da mineração precisa se unir em torno do IBRAM e trabalhar em uma campanha ativa de recuperação da imagem”. O presidente do Conselho Diretor do IBRAM, Wilson Brumer, e o diretor-presidente do mesmo Instituto, Flávio Penido, afirmaram que a entidade está agindo para conduzir a indústria da mineração a um amplo processo de transformação, prevendo maior nível de segurança operacional; mais proximidade, transparência e comunicação no relacionamento com a sociedade, entre outras atitudes.
Castello Branco lembrou que a Petrobrás também passou por momentos de acidentes com repercussões graves e a reação da companhia foi investir em prevenção, em capacitação de sua força de trabalho, inclusive terceirizados e em soluções com base em inovações tecnológicas. “Segurança operacional e respeito ao meio ambiente se transformaram em prioridades estratégicas, quase uma religião na companhia.” Ele disse ainda que é favorável à revisão do decreto que trata das cavidades subterrâneas. Este decreto impõe limites à atividade minerária, inclusive, em localidades onde há cavidades sem importância comprovada. O presidente da Petrobras ainda recomendou que se promova o aumento do percentual de território mapeado geologicamente para identificar recursos minerais no subsolo, “em especial na Amazônia”. Castello Branco citou o estudo da Fundação Getúlio Vargas, que mensurou o impacto positivo da produção de minério de ferro no desenvolvimento dos municípios de Minas Gerais: “Análise econométrica da evolução do PIB per capita de mais de 722 municípios de Minas Gerais, entre 1980 a 2010, revelou que os municípios mineradores de ferro tiveram quase o dobro da taxa de crescimento (2,9% ao ano) do que os municípios não mineradores.”
A EXPOSIBRAM, que termina amanhã, é considerada uma das maiores exposições de mineração da América Latina, reúne em 2019 centenas de empresários. A exposição conta com mais de 13 mil m² de estandes, nos quais estarão representadas as principais mineradoras com atuação global e grandes fornecedores de produtos e serviços. No espaço, serão apresentadas as principais tendências em tecnologia, equipamentos, softwares e outros produtos ligados à indústria mineral, além de dados sobre investimentos e gestão.
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