MARINGÁ PODE SER O PRIMEIRO GRANDE CENTRO AGROPECUÁRIO A INSTALAR CENTRO DE IRRADIAÇÃO NUCLEAR PARA ALIMENTOS
A Cidade de Maringá, no Paraná, pode ser a primeira cidade e o primeiro grande centro agropecuário no país a ter implantado um irradiador nuclear para esterilização de alimentos. Será um grande passo no empreendedorismo no Brasil. A COCAMAR, uma cooperativa que abrange cerca de 15 mil cooperativados que produzem 400 toneladas de alimentos em três Estados, deu um salto a frente com este objetivo. Seu faturamento gira em torno de R$ 4,5 bilhões por ano. Durante um dia inteiro esse tema foi debatido por especialistas no Primeiro Simpósio de Tecnologia para preservação de Alimentos por Irradiação. Alguns especialistas trataram em profundidade sobre os vários aspectos do uso da tecnologia nuclear pode proporcionar na preservação de alimentos.
No simpósio foram discutidos a Política Institucional brasileira para o setor de agricultura; A implementação das Técnicas de irradiação na Agricultura; Os aspectos econômicos na operação de aceleradores de Elétrons; Radioproteção em irradiadores; A experiência do IPEN neste tema, da estatal Russa Rosatom e também a reflexões da esterilização com o uso da Irradiação. No final do evento foi realizada uma mesa redonda para se tratar da viabilidade da implementação da irradiação de alimentos no Paraná.
O simpósio chegou à uma boa conclusão: a COCAMAR vai capitanear o trabalho de viabilização para a construção de um irradiador de alimentos para ser instalado em Maringá. A mesa redonda concluiu que existem todas as condições para isso. Na região, mesmo fora da cooperativa, existem 20 grandes frigoríficos que podem aproveitar o irradiador de alimentos. A COCAMAR é uma cooperativa muito bem organizada. Ela também produz combustível e tem uma usina de co-geração de energia elétrica, o que permite que o irradiador a ser instalado possa ser alimentado com a energia gerada pela própria cooperativa.
Além da Rosatom, que mostrou sua experiência no setor, através do seu diretor Ivan Dybov, a ABDAN também participou do evento com uma palestra importante da Dra. Ana Célia Sobreira (foto à esquerda), que apresentou um trabalho muito qualificado refletindo os benefícios da esterilização de alimentos através do uso da tecnologia nuclear: “O Brasil perde muito alimento por erro no manuseio dos produtos. Em sua conservação. Acredito que a esterilização através da irradiação nuclear desses alimentos pode dar um ganho extraordinário para os nossos produtores. Evitar a perda é lucro certo. Acho muito muito importante que a COCAMAR tenha essa preocupação. E acho que nós, da ABDAN, podemos colaborar muito com todo esse processo. Segundo a FAO, pouco mais de 90 % das 570 milhões de propriedades agrícolas mundiais, são geridas por famílias. São as pequenas propriedades. Elas são responsáveis por 75 % de todos os produtos agrícolas globais. Isso representa 80% dos alimentos no mundo inteiro. Veja o potencial de desperdício e o potencial de aumento da vida útil desses produtos. Por isso eu entendo a visão do uso da tecnologia nuclear e acredito muito nesse trabalho dos cooperados de Maringá na busca dessa tecnologia para o aumento da vida útil de suas produções.”
O Presidente da ABDAN, Celso Cunha, também esteve presente ao evento e participou das discussões na mesa redonda. Ele ficou muito satisfeito com o que viu: “Achei este primeiro simpósio muito oportuno porque ele pode representar uma nova visão para o Brasil. Usar o potencial nuclear para trazer ganhos à agropecuária. É uma nova visão. E nós estamos falando apenas da experiência pioneira de uma cooperativa, muito grande e muito importante na região sul. A fronteira agrícola brasileira é imensa. O país pode ganhar muito”.
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