DIRETORA DA AGÊNCIA ATÔMICA INTERNACIONAL DIZ QUE EXPANSÃO DA ENERGIA NUCLEAR É VITAL PARA O CLIMA NO PLANETA
Agneta Rising, diretora geral da Associação Nuclear Mundial, participou hoje (11) do encerramento do evento promovido pela AIEA, em sua sede em Viena, na Áustria. O evento teve como bandeira as mudanças climáticas e o papel da energia nuclear. Em entrevista ao World Nuclear News, ela destacou a importância da Energia Nuclear para a garantia de um mundo com menos emissões de carbono. Ela considera que a geração nuclear é indispensável e aposta no sucesso do Projeto Harmony, que prevê 25% da geração nuclear global em 2050. Veja suas opiniões nessa entrevista:
– A senhora participou da sessão de abertura da conferência da AIEA. Quais mensagens acredita serem as mais importantes vindas da indústria nuclear global?
– Na sessão de abertura, descrevi nossa visão para a energia nuclear e a importância de que a energia nuclear continue crescendo globalmente para combater as mudanças climáticas, conforme declarado em nosso white paper recentemente publicado: O Gigante Silencioso. Sendo uma fonte de energia de baixo carbono, madura, a energia nuclear já contribui para reduzir as emissões e ajuda na busca de limitar o aquecimento global a 1,5 °. A energia nuclear é mais competitiva em termos de custo do que todas as outras fontes de energia de baixo carbono ao considerar fatores como custos do sistema, além de ter um desempenho superior em relação à velocidade, escala e sustentabilidade a longo prazo.
Sabemos que as emissões e os riscos à saúde da energia nuclear são muito baixos, além de ter uma pegada consideravelmente menor do que outras fontes de energia. No entanto, precisamos fazer mais para remover as barreiras que atrasam o uso de energia nuclear em todo o mundo. Muito trabalho foi feito para abordar a questão de custo e eficiência de custos, mas é preciso empreender mais.
– Depois de passar a semana na AIEA em Viena, quais são as suas impressões dessa conferência?
– Eu acho que é um evento verdadeiramente histórico, não apenas como o tópico foi correto e oportuno, mas também pelo fato de ter participado de uma variedade de organizações de todo o mundo. O fato de a conferência ter sido organizada pela ONU garantiu que a conferência permanecesse neutra, e as discussões científicas, factuais e construtivas garantem que as lições possam ser aprendidas por todos, desde os países recém-chegados nucleares até aqueles que conhecem bem a energia nuclear.
O fato de eu ter compartilhado o pódio com líderes seniores de toda a família das Nações Unidas, como a Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial, a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas e o Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais da ONU, bem como organizações como a A Agência Internacional de Energia (AIE) e o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) sinalizam claramente que a indústria nuclear não é apenas um parceiro igual na busca de maneiras de lidar com o clima, mas também tem um papel fundamental a desempenhar.
– A mudança climática está na agenda política há muito tempo, mas o uso da energia nuclear para lidar com a mudança climática muitas vezes tem sido secundário. O que acha que mudou?
– Com os principais relatórios de organizações líderes como a AIE, a Agência de Energia Nuclear, o IPCC e o Conselho Mundial de Energia, a importância da energia nuclear no combate às mudanças climáticas foi cada vez mais destacada. Acho que isso deixou muito claro que precisamos aumentar a implantação de reatores nucleares em todo o mundo, um processo que deve começar agora – uma mensagem que foi ouvida de forma consistente ao longo da conferência.
Precisamos garantir que aproveitemos o momento que isso nos dá, e a Associação Nuclear Mundial continuará a liderar esforços para garantir que a energia nuclear tenha um papel importante nos sistemas de energia no futuro, nos quatro cantos do globo.
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