MPF ENTRA COM AÇÃO CONTRA A UNIÃO E PEDE ADOÇÃO DE PLANO DE CONTINGÊNCIA
O Ministério Público Federal entrou com uma ação contra a União, pedindo medidas mais efetivas no combate às manchas de óleo que atingem o Nordeste. Para os procuradores, até agora não foram adotadas ações adequadas em relação a este desastre ambiental, que já afetou 2.100 km dos nove estados da região. O MPF ainda afirma categoricamente que este já é o “maior acidente ambiental da história do litoral brasileiro”, em termos de extensão.
Na ação, o órgão pede que seja colocado em ação, dentro de 24h, o Plano Nacional de Contingência para Incidentes de Poluição por Óleo em Água. A multa em caso de descumprimento será de R$ 1 milhão por dia.
Enquanto isso, o drama ganha novos capítulos. A Marinha informou que encontrou mais manchas de petróleo no litoral do Nordeste. Desta vez, o material foi observado nas praias do Rio Vermelho, Praia do Farol da Barra, Pedra do Sal, Praia do Flamengo e Praia de Jaburu, na Bahia; Maragogi e Ponta do Mangue, em Alagoas e São José da Coroa Grande, em Pernambuco.
Segundo dados do Ibama, 187 localidades do litoral nordestino já foram afetadas desde o início do derramamento de óleo, no início do mês passado. Deste total, pelo menos 120 ainda estão com manchas ou vestígios de óleo.
A Marinha também notificou que encontrou um tambor de 200 litros da Shell nas proximidades da Ponta de Tabatinga, na costa do estado do Rio Grande do Norte. O objeto estava fechado quando foi localizado e não apresentava vazamentos. Uma amostra do líquido de seu interior foi encaminhada ao Instituto de Estudos do Mar Almirante Paulo Moreira.
Em nota, a Shell explicou que o objeto trata-se de uma embalagem de Omala S2 G 220, uma linha de lubrificantes. A empresa lembrou ainda que “de acordo com o informe da Marinha, esse tambor estava fechado, com a presença de um líquido ainda não identificado em seu interior, e não apresentava vazamento”.
Como se sabe, recentemente outros tambores da Shell foram encontrados na Praia da Formosa, em Sergipe, contendo óleo em seu interior. A petroleira diz, no entanto, que originalmente os barris continham lubrificante para embarcações. “Os fatos apontam para uma possível reutilização da embalagem em questão – reutilização esta que não foi feita pela Shell. A companhia informa também que não transporta óleo cru acondicionado em tambores em rotas transatlânticas”, disse a petroleira.
Por fim, a Marinha declarou que ainda não é possível dizer se o novo barril encontrado “tem relação com os outros tambores encontrados no litoral de Sergipe ou com o óleo que tem se espalhado nas praias do Nordeste”.
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