OVOLIFTS PLANEJA TRAZER AO BRASIL TECNOLOGIA INOVADORA QUE REDUZ CUSTOS COM IÇAMENTO DE TUBULAÇÕES | Petronotícias




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OVOLIFTS PLANEJA TRAZER AO BRASIL TECNOLOGIA INOVADORA QUE REDUZ CUSTOS COM IÇAMENTO DE TUBULAÇÕES

Por Davi de Souza (davi@petronoticias.com.br) –

helder2Uma das principais dores de cabeça que a indústria de óleo e gás enfrenta está relacionada à operação de inspeção e manutenção de tubulações. O que se usa hoje, normalmente, são métodos considerados caros e com algumas limitações – como a necessidade de parar a atividade do duto para a realização de reparos. Mas uma nova tecnologia já está trazendo outra realidade para esse cenário, conforme conta o vice-presidente de desenvolvimento de negócios da Ovolifts, Helder Waiandt. A companhia dispõe de um equipamento que é capaz de fazer o içamento de tubulações em funcionamento, além de permitir levantar vários dutos de uma vez só. A Ovolifts já está com contratos no exterior envolvendo a tecnologia. Um deles é nos Estados Unidos, com a conclusão do projeto de manutenção em apenas sete semanas. Com métodos convencionais, a operação poderia durar até um ano e meio. Waiandt afirma que a ideia da empresa é trazer a solução ao mercado brasileiro. “Para o Brasil, a nossa expectativa agora é começar a buscar parceiros no país”, afirmou.

Primeiro, antes de falarmos da tecnologia em si, poderia nos explicar um pouco sobre o problema que ela se propõe a enfrentar?

O segundo maior problema de corrosão na indústria advém de corrosão nos pipe supports, que é onde você apoia a tubulação. Esse apoio é feito sobre vigas metálicas ou de concreto. No ponto em que a tubulação toca essa vida, existem dois problemas. O primeiro deles é a umidade acumulada naquele ponto. O segundo é quando há metais se tocando, se cria uma pilha. Invariavelmente, quando a pintura começa a desgastar ou fica permeável, é formada uma pilha e começa a ocorrer corrosão. Essa corrosão, por sua vez, começa por um ponto, onde os vazamentos acontecem.

Como a indústria tem tratado esse problema?

A indústria tem alguns planos de manutenção. Neles, são feitos cálculos sobre a taxa de corrosão que determinado duto sofrerá. As empresas fazem manutenções reativas de tempos em tempos para checar determinados pontos. Normalmente, a indústria espera por uma emergência para parar tubulação e fazer o reparo. Ou, em outro cenário, espera por uma manutenção programada para fazer a inspeção e manutenção.

E quais os equipamentos convencionais usados nessas manutenções?

WhatsApp Image 2019-10-23 at 16.05.58No mercado, as formas existentes para levantar ou acessar a tubulação nesses pontos são sistemas de somente um ponto de içamento. São macacos mecânicos, colchões de ar ou guindastes (para tubulações maiores). Todas essas soluções são, necessariamente, usadas com a tubulação parada e vão de ponto a ponto.

Pode então nos explicar como foi desenvolvida a tecnologia oferecida por vocês?

Alguns anos atrás, por uma situação não planejada, uma petroquímica da África do Sul pediu a dois experts em içamento para desenvolver uma tecnologia que pudesse levantar todas as tubulações de uma vez. Essa petroquímica precisava acessar todas as tubulações de uma vez. Dessa necessidade, e com a experiência dessas duas pessoas, foi desenvolvida e patenteada essa tecnologia, com a qual é possível levantar todas as tubulações de uma vez só, mesmo que o duto esteja em serviço.

Gostaria que detalhasse um pouco mais as vantagens oferecidas por esta solução.

ovolifts1A primeira é que você não precisa parar a tubulação. Por questões de segurança, a operação pode até ser parada por alguns minutos para fazer a primeira quebra de levantamento e garantir que não há vazamento. Depois, a operação da tubulação pode ser retomada e, assim, realizar todo o trabalho com a tubulação em funcionamento. Com essa tecnologia, é possível avaliar a forma mais segura de fazer o içamento.

Da forma que as empresas atuam hoje, a operação fica extremamente cara. Isso porque é preciso esperar por uma emergência ou uma janela de parada de produção para atuar. Então, você atua com um tempo muito restrito e com custos elevados. E nem sempre há tempo hábil de fazer todas as operações necessárias.

Mas com nossa tecnologia, é possível fazer um planejamento, atuando em toda a tubulação ao longo do tempo, de acordo com o plano de manutenção. Dessa forma, as empresas podem sair de um cenário de manutenção corretiva para passar para uma manutenção preventiva. Essa tecnologia permite que as empresas passem de uma abordagem reativa para uma abordagem proativa de inspeção e manutenção.

Poderia apontar outra vantagem?

Em quase todas as atuações de pontos onde são feitos os içamentos, é preciso estar perto do local. É o que acontece com as operações com guindastes, macacos mecânicos e colchões de ar. Mas com a nossa tecnologia, são usados braços hidráulicos com mangueiras que permitem fazer a operação à distância. Quem vai definir isso vai ser o plano de segurança. Com a mangueira hidráulica, você aciona o cilindro hidráulico, com uma distância de segurança. E aí você tem um fator de segurança importante.

O sistema possui um limitador mecânico – você nunca vai içar mais do que o necessário. Você não corre o risco de fazer uma sobrecarga na estrutura porque você está distante dela. Existem tem pontos de segurança ao longo da tecnologia que te permitem operar com a máxima segurança.

Quais os contratos mais recentes relacionados ao uso desta tecnologia?

WhatsApp Image 2019-10-23 at 16.04.00Nós estamos fazendo um projeto num terminal no estado de Delaware, no norte dos Estados Unidos. A tubulação tem pouco menos de uma milha e percorre sobre a água cerca de 800 metros sobre o mar. São 12 tubos ao todo, sendo que oito deles estão sendo inspecionados. 

Existia uma demanda da agência ambiental para verificar se essa tubulação estava em boa condição para evitar qualquer vazamento. Os dutos transferem gasolina, químicos e vários produtos que são transportados. O projeto tinha uma estimativa, no melhor dos mundos, de durar 1 ano e meio para ser concluído. Nós estamos concluindo esse projeto em sete semanas. Na forma convencional, essa inspeção seria realizada com o uso de balsa e guindaste, indo ponto a ponto.

Nós corremos todo esse terminal com 5 pessoas e 12 equipamentos. Fizemos isso em setes semanas, inspecionando e corrigindo mais de 800 pontos. Como resultado, houve uma economia de algumas centenas de milhares de dólares para o cliente final.

Gostaria de entender qual o papel da Ovolifts durante as atividades de inspeção. Vocês também executam o serviço de reparo?

Nós alugamos as ferramentas. Depois prestamos o serviço cálculo de engenharia e fazemos o plano de içamento, que sempre são aprovados pelo cliente final. Por fim, treinamos e capacitamos os prestadores de serviço ou o dono da instalação a performar o serviço.

Existe uma estimativa de redução de custos com o uso da tecnologia?

WhatsApp Image 2019-10-23 at 16.08.17Nos Estados Unidos, estima-se que o gasto com inspeção e manutenção desses pontos é da ordem de US$ 700 milhões por ano. A parte de içamento para acessar esses pontos, estima-se que custa algo entre 15% e 20% desse total – algo em torno de US$ 100 milhões e US$ 150 milhões. Estes US$ 700 milhões que citei anteriormente não incluem os serviços mecânicos e inspeção. Inclui somente acesso à corrosão. Nós conseguimos reduzir drasticamente o custo de acessar a esse ponto, a ponto de um projeto que duraria em torno de 18 meses ter sido feito em sete semanas.

E quais são os planos da empresa para o mercado brasileiro?

Para o Brasil, a nossa expectativa agora é começar a buscar parceiros no país. Estamos procurando alguma empresa de engenharia, voltada para essa área de içamento, com alguma expertise em manutenção e içamento de tubulação. Estamos começando a estudar isso para começar a oferecer essa tecnologia com conteúdo local. Queremos, em um futuro próximo, fazer a fabricação dos equipamentos no Brasil. E ter uma base no país para que possamos atender o mercado brasileiro. Estamos muito otimistas com o reaquecimento da indústria.  Temos muita coisa a ser feita e sabemos também que existe uma demanda reprimida tanto em OPEX quanto em CAPEX. Conseguimos atingir essa demanda de uma maneira muito segura, baseados em engenharia muito eficaz e com redução de custos.

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