SOLVAY INVESTE PARA ATENDER AS DEMANDAS DO SETOR DE ÓLEO E GÁS, DE OLHO EM OPORTUNIDADES DO PRÉ-SAL
Por Davi de Souza (davi@petronoticias.com.br) –
O mercado de óleo e gás é estratégico para os negócios da empresa Solvay, especializada em materiais avançados e polímeros especiais. É o que afirma o Diretor Comercial e Marketing para América do Sul da companhia, Josimar Fazolare. O executivo diz que a Solvay está investindo muito nesse segmento, buscando novas tecnologias e produtos que possam atender as necessidades que virão por conta do pré-sal. “Nas condições severas de pressão e gás na camada, é preciso ter um material que atenda toda a demanda e necessidade técnica”, declarou. Em entrevista ao Petronotícias, o executivo detalha um pouco do portfólio da companhia para óleo e gás, das aplicações dos polímeros no setor e dos planos para o futuro. “A nossa estratégia é ter produtos qualificados para toda indústria. Não só para a Petrobrás, mas também para os novos entrantes”, completou.
Gostaria que começasse falando, de uma maneira geral, como tem sido a atuação da empresa no mercado brasileiro. Em quais projetos vocês possuem participação no Brasil?
A Solvay tem uma participação muito importante, há mais de 20 anos, no fornecimento do PDVF (Fluoreto de polivinilideno) para o mercado de tubos flexíveis. Este é o principal mercado em que atuamos. Nosso produto tem uma função técnica muito importante, pois é a primeira camada de barreira, dentre várias, no riser flexível.
O senhor poderia falar também da recém lançada plataforma de compósitos termoplásticos da empresa?
Sobre a plataforma termoplásticos, foi uma decisão estratégica da empresa, com o objetivo de acelerar os negócios de desenvolvimento de novos produtos, principalmente os TCP (tubos de compósitos), pegando carona no mercado de óleo e gás, de specialty polymers, que é business que atuamos há mais de 20 anos. Já existem contatos técnicos e comerciais, abrindo portas. É a substituição do metal pelo TCP. Esse é o futuro que vemos, devido às condições severas de corrosão. Sabemos que o TCP vem com esse objetivo de minimizar ou acabar com o problema de corrosão do gás.
Quais são os planos da empresa para o mercado brasileiro de óleo e gás?
É um mercado totalmente estratégico para a empresa, que vem investindo muito nesse segmento, buscando novas tecnologias e produtos para poder atender as necessidades que virão por conta do pré-sal. Nas condições severas de pressão e gás na camada, é preciso ter um material que atenda toda a demanda e necessidade técnica.
Nós vamos continuar atendendo com PDVF, mas a Solvay tem o maior portfólio de plásticos de alta performance do mundo. Nosso portfólio tem vários outros produtos que podem ser utilizados para a plataforma de óleo e gás. Além do PDVF, temos o PPS, PTFE e outros. É uma gama gigante de materiais que podem ser usados não somente em linhas flexíveis, mas também em umbilicais e válvulas. Nosso objetivo é muito claro e transparente relacionado à prioridade para atendimento da indústria de óleo e gás.
O plano da empresa para o mercado de óleo e gás é fornecer um produto de alta performance, seguindo a tendência do pré-sal, com uma exigência técnica muito mais elevada. Temos os produtos de alta performance, com uma variedade de portfólio muito grande. Podemos atender várias etapas na cadeia de fornecimento de produto para o mercado de óleo. Desde parte de árvore de natal, subsea e flexible risers; passando pelos híbridos, que estão sendo muito falados; e chegando finalmente aos 100% compósitos. A nossa estratégia é ter produtos qualificados para toda indústria. Não só para a Petrobrás, mas também para os novos entrantes.
Qual será a estratégia da companhia para crescer ainda mais dentro deste setor no Brasil?
A estratégia é muito clara. Ela já partiu com a definição dessa plataforma de termoplásticos. Queremos acelerar e ter uma visão cliente, que passa por um entendimento das necessidades do cliente e também pela necessidade técnica do mercado. Nossa estratégia será investir tecnicamente para que nossos produtos possam estar homologados o mais rápido possível, atendendo as demandas da exigência do pré-sal. O mercado vai requerer uma necessidade técnica muito mais elevada.
Pode mencionar possíveis aplicações de polímeros dentro do mercado de óleo e gás do Brasil?
A principal aplicação são os flexible risers. Mas também temos aplicação para umbilicais e selos de equipamentos em geral (manifolds, válvulas e equipamentos). Temos vários produtos não somente de PDVF no flexible riser, mas tendência de ter filmes de proteção à barreira, que está sendo desenvolvido. Temos também produtos para o mercado de coat anticorrosão. A Solvay tem produtos desenvolvidos para esse mercado que oferecem altíssima proteção contra corrosão e ataques de químicos em geral.
Quais as principais vantagens para as empresas ao utilizar este tipo de material?
Uma das principais vantagens ao utilizar esses materiais é que temos produtos adequados, tecnicamente, para exigência da aplicação. Comparados aos nossos concorrentes, nosso produto tem uma confiabilidade maior em questões técnicas. A relação custo-benefício é muito importante também. Outro ponto é que quando você compara flexíveis com tubos de aço tradicional, existem vantagens de custo de operação, logística e instalação em campo. O ponto de utilizar materiais de alta performance é ter escala de necessidade técnica, que começa com Polietileno até chegar ao PDVF, por exemplo. Isso depende do nível de temperatura que o material terá que suportar e da exigência técnica de ataque químico.
Em um ponto máximo, existe o PEEK, que tem uma barreira total contra o gás. A questão do custo-benefício também é importante, porque ele pode ser uma solução rápida para o problema de falhas que existiram. Tem que mudar o conceito e o mindset das pessoas. Isso já vem sendo falado muito dentro da área técnica da Petrobrás. Eles conhecem o material. É uma possibilidade que eu vejo, a curto prazo, de ser desenvolvido pelos nossos clientes.
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