MERCADO REAGE MAL, MAS PRESIDENTE DA PETROBRÁS SE DIZ MUITO FELIZ COM O RESULTADO DO LEILÃO
O mercado reagiu mal. As ações da Petrobrás variaram muito por conta do resultado do leilão da Cessão Onerosa. O Presidente da estatal, Roberto Castello Branco, que conversou com os jornalistas, logo após a realização do certame, lembrou que as ações da companhia valiam R$ 4,40 em janeiro de 2016. Hoje, está na base de R$ 30,00. E disse que a empresa está trabalhando para gerar valor para o acionista, para que as ações se valorizem cada vez mais. Disse que os investidores vão entender que tudo está sendo feito para fazer a coisa certa. Veja como foi a entrevista de Castello Branco:
– O mercado não reagiu bem ao resultado. Como o senhor avalia?
– Nós estamos muito felizes por várias razões. Primeiro a aquisição do Campo de Búzios consolida a liderança global da Petrobrás, incontestavelmente, na exploração e produção de petróleo em águas ultraprofundas. Segundo, nós estamos construindo um futuro da petrobrás. Uma companhia de petróleo precisa de reservas. Para se ter reservas é fundamental que haja investimentos em exploração. Graças a anos sem leilões de blocos de petróleo e o desmonte que companhia sofreu no passado, ela foi obrigada a reduzir dramaticamente seus investimentos em exploração. Agora, a aquisição do Campo de Búzios proporciona o futuro para a Petrobrás como companhia de petróleo.
– A Petrobrás já tem a experiência de exploração de Búzios?
O Campo de Búzios é sem dúvida nenhuma um artigo de classe mundial. É o maior campo de petróleo offshore do mundo, com substanciais reservas, baixo custo de extração, baixo preço de equilíbrio. Um alto retorno de capital empregado. A Petrobrás conhece muito bem o ativo. Nós já produzimos 600 mil barris diários de óleo equivalente na área. É aquele ativo que a Petrobrás é a dona natural. É quem é capaz de extrair com o máximo retorno possível.
Vou ser monótono e repetitivo. No meu primeiro dia na Petrobrás, falei sobre cinco pilares estratégicos. E disse naquela ocasião que a dotação de recursos seria naqueles ativos onde nós somos o dono natural. Sem dúvida, a exploração do campo de Buzios requer um substancial volume de recursos e estamos preparados financeiramente para isso. Nós continuamos comprometidos com a meta de desinvestimentos para no final de 2020.
– Como a Petrobrás está preparada financeiramente ?
– Nós estamos fazendo uma gestão ativa de portfólio, vendendo aqueles ativos que nós não somos o dono natural. Ativos que para nós não teriam valor, com retorno mais baixo. Estamos realocando esses recursos para investir em ativos que nós somos o dono natural e, assim, reduzir a nossa dívida. Mesmo com esse investimento, a Petrobrás não acabará o ano com elevação de dívida. Não haverá um dólar de aumento de dívida e continuaremos a executar a nossa estratégia, com uma gestão ativa de portfólio, disciplina na alocação de capital. Vocês viram, na 16ª rodada, foram leiloados 36 blocos. A Petrobrás fez proposta para dois. E ganhou um. Hoje, foram leiloados 4 blocos, nós só fizemos propostas para dois. Isso evidencia a disciplina na alocação de capital. Continuamos a executar nossa estratégia com o objetivo de ter uma Petrobrás mais forte, mais saudável, gerando um enorme valor para seus acionistas.
– Quanto vai ser a compensação da Petrobrás ?
– O Fluxo de caixa de um barril petróleo produzido em 2030 é muito diferente de um fluxo de caixa de um barril de petróleo produzido em 2022. Então há uma diferença de valor presente que teria que ser restituído à Petrobrás. Com o fato de nós termos 90 % do consórcio vencedor em Búzios, minimiza este problema. Nós estamos falando de algo muito complexo. A Petrobrás descobriu essas reservas, investiu nelas e então é justo que ela seja remunerada.
– Como está o custo da produção de petróleo desses ativos ?
– Como falei, a Petrobrás é a dona natural desses ativos: Búzios e Itapu. É quem conhece melhor esses ativos. Já opera esses ativos, que são extraordinários, principalmente Búzios. Reservas substanciais e baixo custo de extração. No último trimestre, nosso custo atingiu cinco dólares por barril no pré-sal.
– A Confiança da Petrobrás atrapalhou os outros participantes?
– Não. Muito pelo contrário. Sobre Sépia e Atapu, nós não podemos querer tudo. Nós vamos investir naqueles ativos que nós podemos extrair o máximo de retorno para a companhia. Por alguma razão, Atapu e Sépia, não são tão interessantes para a Petrobrás.
– O valor mínimo atrapalhou a participação das outra empresas ?
– O Brasil tem várias complexidades e a questão da regulação da indústria do petróleo. Isso será objeto de discussão no futuro e eu espero que sejam eliminadas essas complexidades. O Brasil precisa ser mais simples. Como diz o ministro Paulo Guedes, muito propriamente, menos Brasília e mais Brasil. Menos instabilidade, mais desenvolvimento econômico.
– O senhor acredita numa melhoria da economia?
– A indústria do petróleo vai contribuir muito para o crescimento de empregos no Brasil, principalmente no Rio de Janeiro, para geração de renda, aumento de arrecadação dos governos federal, estadual e municipal. Se forem bem aplicados, trarão desenvolvimento econômico.
– Já fecharam outras parcerias com os chineses?
– Isso é uma relação entre a Petrobrás e seus parceiros, a CNOOC e não podemos revelar detalhes de conversações ou negociações.
– Como funciona essa questão do pagamento do Bônus?
– A Petrobrás vai receber e pagar ao governo simultaneamente. Nenhum desses recursos, dos 34,1 bilhões de reais, ficará com a Petrobrás. Trata-se de uma entrada e saída simultânea. E a diferença, a Petrobrás pagará com seu próprio caixa. A compensação será lá na frente.
– Como o senhor viu a falta de concorrência nesse leilão?
– A Petrobrás não pode falar sobre se houve ou não interesse dessa ou daquela empresa internacional. Nós já provamos que temos competência na exploração no pré-sal. Vamos em frente. Temos competência técnica. Temos capacidade financeira e esse projeto é absolutamente consistente com o nosso padrão.
O JUÍZO FINAL SE APROXIMANDO: Por mais que possamos observar o cuidado da estatal petroleira ao criar mecanismos de controles e conformidade na atualidade, notamos o retorno da “mão invisível” do estado a agir sorrateiramente na Petrobras na presente modelagem que programaram para o leilão da cessão onerosa do pré-sal brasileiro, com intuito de resolver as mazelas da União Federal e entes federativos. Por diversos fatores inerentes a atual geopolítica do petróleo, não há como deixar de fazer uma projeção negativa para a commoditie na atualidade no mercado internacional devido a diversos fatores que deverão pressionar doravante a cotação desse… Read more »