EM MAIS LEILÃO DE PETRÓLEO FRUSTRANTE, PETROBRÁS SE SENTE VITORIOSA POR TER RECOMPOSTO SEU PORTFÓLIO DE EXPLORAÇÃO
Mais uma vez o resultado de um novo leilão de petróleo deixa um sabor de frustração para o governo. Apenas um bloco foi comercializado, para as mesmas empresas que venceram ontem o campo de Búzios no leilão da cessão Onerosa de ontem (6): a Petrobrás e duas empresas chinesas (CNOOP e CNODP). Mesmo assim, o diretor de exploração e produção da Petrobrás, Carlos Alberto Oliveira, ficou satisfeito com o resultado. Ele acha que os blocos adquiridos pela estatal recompuseram o portfólio da empresa, garantindo um futuro promissor para a companhia. Depois do leilão, ele conversou com os jornalistas:
– Por que a Petrobrás não comprou as áreas de preferência?
– As áreas que não exercemos a preferência, não temos a obrigação de participar. Se houvesse alguma manifestação de alguém, teríamos o direito de exercer no percentual que tínhamos solicitado de 30%. Como não houve nenhuma participação…
– A Petrobrás tinha interesse em um consórcio ?
– Nós não tínhamos interesse em consórcio, porque queríamos manter o interesse em apenas 30 %.
– Vocês entraram em apenas uma área. Isso por que a Petrobrás gastou muito ontem, na Cessão Onerosa, ou porque não tinha interesse mesmo?
– Não. Na verdade tínhamos limitado a nossa participação em apenas 30%. Sempre fazemos uma avaliação da condição de retorno, de risco, obviamente da parte financeira, mas como ninguém participando, então não tivemos condição de exercer o direito de preferência.
– Esta ausência de grandes empresas significa que elas já tem um grande portfólio e hora agora das empresas começarem a exploração?
– Vou falar pela Petrobrás. No leilão de ontem fizemos uma aquisição muito importante para o futuro da Petrobrás, assim como hoje também. Durante muito tempo, por questão da própria dívida alta da companhia, tivemos que reduzir os investimentos exploratórios e a aquisição de ontem e de hoje, dá para nós uma boa expectativa de recomposição de reservas.
– De alguma maneira, com a compra de ontem e de hoje, não compromete a capacidade financeira da companhia ?
– Não. Conforme o presidente [Roberto Castello Branco] declarou ontem, nós estamos mantendo a nossa meta de redução de dívida e vamos manter também a nossa meta de alavancagem.
– E o caso das empresas estrangeiras não terem formado uma parceria com a Petrobrás, como era esperado, é uma frustração?
– Não sei dizer. Na verdade, estávamos esperando que as companhias fizessem a sua oferta e a gente acompanharia com os nossos 30%, se fosse o caso de existir condições econômicas para isso.
– E esse investimento de hoje será feito com caixa próprio ?
– Dentro da mesma perspectiva de ontem. Com o próprio da companhia e também com linhas de crédito.
– A Petrobrás está recebendo R$ 34 bilhões do governo, 29 bilhões de ontem e 5 bilhões de hoje, tudo de geração de caixa do quarto trimestre e o que já existe ?
– Já temos financiamento contratado, assim como vamos usar o caixa da companhia. E também dos próprio pagamentos de diferimento, que teremos com os nossos parceiros chineses.
– Essa linha de crédito de quanto é ?
– Ainda não temos esse valor.
– Certamente a Petrobrás conversou com outras empresas antes do leilão. O que elas disseram para que acordo não fosse feito?
– Essa é uma posição de cada empresa. Teria que consultá-las para saber. Na realidade procuramos formar consórcios para algumas áreas, mas só conseguimos formar um consórcio em Aram.
– O que a Petrobrás está imaginando em investimentos e geração de empregos?
– Olha, não temos como dizer em termos numéricos no momento. É cedo pra falar, mas é um bloco de muita perspectiva. Tanto o Campo de Búzios, ontem, quanto hoje esse bloco de Aram que vemos muito potencial.
– Quando começam os trabalhos em Aram ?
– Nós temos perspectiva para no ano que vem começarmos os primeiros trabalhos, como a sísmica.
– A Petrobrás gostou do resultado ?
– Nós estamos muito satisfeitos com o resultado. A Petrobrás sente que saiu vitoriosa desses leilões, porque criou uma perspectiva positiva para o futuro da companhia. Nós temos a ideia de sermos protagonista da empresa em si. Nesse caso, de recomposição do portfólio, foi muito importante as nossas participações no leilão de ontem e de hoje.
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