CENTRO DE INOVAÇÃO EM SÃO PAULO PREPARA PROJETO PILOTO DE CAVERNAS DE ARMAZENAMENTO DE CO2 NO PRÉ-SAL
O Fapesp Shell Research Centre for Gas Innovation (RCGI) foi um dos vencedores do Prêmio ANP de Inovação Tecnológica 2019, conforme noticiamos recentemente, por conta de seu sistema Armazenamento e Separação Gravitacional de CO2 e CH4 em cavernas de sal construídas no pré-sal. Depois desta importante conquista, os próximos passos já estão sendo planejados para levar adiante o projeto. A equipe responsável estuda agora a construção de um projeto piloto em uma caverna para averiguar as condições de separação dos dois gases.
“A construção e operação de uma caverna piloto é um grande experimento científico e tecnológico em campo, capaz de fornecer informações detalhadas dos processos físicos que ocorrem nas grandes cavernas de armazenamento e separação”, disse o professor da Poli-USP, Gustavo Assi, que é coordenador do projeto. O objetivo é concluir o plano da caverna piloto nos próximos dois anos.
O projeto do RCGI venceu o prêmio da ANP na categoria “Exploração e Produção de Petróleo e Gás”. A ideia do projeto é confinar gás natural em cavernas na camada de sal para posterior separação do metano e do CO2. “A caverna é mantida em alta pressão até que o CO2 passe para um estado supercrítico e decante. O metano, que se manteve em estado gasoso no processo, seria então retirado, aliviando a pressão na caverna e fazendo com que o CO2 voltasse ao estado gasoso”, explica o diretor científico do RCGI, Júlio Meneghini (foto). “Esse ciclo seria repetido até o total preenchimento da caverna com CO2, quando, então, esta seria lacrada”, completou.
Além de Meneghini e Assi, a equipe do projeto ainda é composta pelos professores Kazuo Nishimoto, Claudio Sampaio, Marcelo Martins e André Bergsten – todos da Poli-USP – e pelos pesquisadores Leandro Grandin, Carlos Bittencourt, Alvaro Maia da Costa, Pedro Maia da Costa, Edgard Malta, Felipe Ruggeri e Guilherme Rosetti, entre outros pós-doutorandos e pesquisadores associados. O RCGI é um centro de pesquisa financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) e pela Shell. Além da petroleira, o projeto tem como parceiras a Universidade de São Paulo (USP) e as empresas Modecom, Technomar, Agronautica e Granper.
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