EDF LANÇA PLANO DE EXCELÊNCIA PARA MELHORAR TODO SETOR NUCLEAR FRANCÊS

A francesa EDF apresentou um plano que visa impulsionar a indústria nuclear do país a alcançar os mais altos padrões de qualidade e excelência. O plano será lançado no próximo ano, com 100 milhões de euros (US$ 110 milhões) destinados para 2020-2021. Ele visa melhorar a qualidade da fabricação, aumentar as habilidades e reforçar a governança dos principais projetos nucleares. Para melhorar a qualidade da fabricação, o plano exige uma “revisão profunda do relacionamento cliente-fornecedor, buscando um compartilhamento de risco mais equilibrado”. Também visa estabelecer contratos alinhados aos padrões de fabricação.

A EDF também quer introduzir um novo esquema de qualificação de fornecedores para a construção de novos reatores. Para as operações mais críticas, afirmou que serão utilizados critérios mais rigorosos de qualificação e sistemas de manutenção de registros. A empresa planeja estabelecer uma universidade dedicada especificamente às disciplinas nucleares, a fim de aumentar as habilidades dentro da indústria. Ele também usará um sistema de gerenciamento de conhecimento para capitalizar o conhecimento do setor e disseminá-lo nos centros de engenharia da empresa. Também estabelecerá trajetórias de carreira diversificadas para os funcionários da EDF e da indústria como um todo, informou a empresa. Além disso, o setor estabelecerá um plano específico para a contratação e treinamento de soldadores.

Para reforçar a governança dos grandes projetos, o presidente e o CEO da EDF chefiarão um comitê estratégico que revisará os dados iniciais de cada projeto, definirá seus objetivos, custos e prazos, revisará os compromissos financeiros associados e aprovará os principais contratos. Em outubro, o ministro das Finanças, Bruno Le Maire, lançou uma auditoria da construção do EPR Flamanville 3, conduzida pelo ex-chefe do Grupo PSA, Jean-Martin Folz. Em seu relatório, Folz disse que o comissionamento e operação dos reatores EPR em Taishan, China, demonstraram “a relevância do conceito e design do EPR“. No entanto, ele acrescentou que melhorias na construção e reduções no custo das unidades de EPR devem ser feitas sem perder a experiência adquirida até o momento, para que a construção em série de reatores seja retomada. Le Maire solicitou à EDF que apresente um plano de ação ao governo francês, definindo como ele resolverá os problemas, como a escassez de habilidades, que causaram atrasos e aumentos de custos em novos projetos de usinas nucleares.

Jean-Bernard Lévy, Presidente e CEO da EDF, disse que “Espera-se que o plano de excelência estabeleça as bases para uma renovação da confiança na indústria nuclear da França, bem como enfrente os desafios descritos no relatório de Jean-Martin Folz. Nosso objetivo é garantir que a energia nuclear, uma fonte de energia neutra em carbono, continue cumprindo seu papel central na luta contra as mudanças climáticas”.