BOLSA DE VALORES DE SÃO PAULO SUSPENDE NEGOCIAÇÕES POUCOS MINUTOS APÓS ABERTURA DO MERCADO
O mercado financeiro internacional amanheceu de cabelo em pé nesta segunda-feira (9) com a crise do preço do barril de petróleo, iniciada ontem. O nervosismo já chegou ao Brasil e, até o momento da última atualização desta reportagem, o índice Ibovespa já sofria queda de 10,02%, poucos primeiros minutos após a abertura do pregão. A forte desvalorização dos papéis fez a B3, em São Paulo, acionar o mecanismo circuit breaker para interromper as negociações.
As perdas nas Bolsas de Valores do Brasil e do mundo são resultado do tombo no preço do petróleo na noite deste domingo (manhã de segunda na Ásia). A desvalorização chegou a 31% no auge da crise. Com o passar das horas, as perdas foram um pouco amenizadas, mas ainda são severas. O petróleo WTI estava sendo negociado por cerca de US$ 31,66 no período da manhã, amargando queda de 23,2%. Já o barril Brent estava na casa dos US$ 35,02, um recuo de 22,7%.
Na Europa, o reflexo da crise era sentido nas principais bolsas de valores do continente. No momento em que esta reportagem ia ao ar, o índice London FTSE-100, da bolsa de Londres, caía 7,72%. Na Alemanha, o Frankfurt Dax registrava tombo de 7,67%. Já na França, as perdas chegavam a 7,92%, enquanto na Espanha, o índice Ibex 35 tinha recuo de 7,81%.
A desvalorização do petróleo é consequência da falta de acerto entre a Organização dos Países Exportadores do Petróleo (Opep) e a Rússia, que não chegaram a um acordo para diminuir a produção da commodity.
A Arábia Saudita, principal país membro da Opep, decidiu elevar sua produção petrolífera e oferecer descontos nos preços. No mercado, comenta-se que a estatal saudita Saudi Aramco fará cortes nos preços de 20%, além de aumentar a produção para mais de 10 milhões de barris por dia. A medida é uma retaliação à Rússia, que não disse não a uma tentativa acordo para manter as reduções nos cortes de produção de petróleo. É o início de uma guerra de preços que pode ter consequências devastadoras na economia mundial, já bastante reprimida por conta dos impactos do coronavírus.
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