BAIXA DEMANDA FAZ LEILÃO DE BIODIESEL COMERCIALIZAR QUASE 10% MENOS COMBUSTÍVEL
Além de impactar no mercado de petróleo, o Coronavírus também está refletindo no mercado de biodiesel. A aquisição de biodiesel na etapa regular do 72º Leilão da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis totalizou 1.020.251 m.³ Foi uma queda de 9,17% em relação às vendas do leilão anterior. O volume adquirido irá abastecer os veículos do ciclo diesel ao longo dos meses de maio e junho, enquanto o País enfrenta a pandemia. Também houve queda nos preços de 9,55% que vai refletir diretamente no preço ao consumidor, beneficiando o setor de transportes principalmente.
Daniel Amaral, economista-chefe da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (ABIOVE), disse que “O Leilão 72 foi bastante desafiador para o setor de biodiesel, uma vez que o quadro de incerteza trazido pela COVID-19 gerou adiamento nas datas de realização das etapas de oferta e aquisições. O cenário se torna ainda mais sensível diante de uma mudança nas regras da licitação que permitiu ao setor de distribuição de combustíveis retirar apenas 80% do valor adquirido neste leilão sem a aplicação de multas. O percentual usual é de 95%.”
Para a ABIOVE, mesmo em meio a este momento adverso, o modelo de leilões se mostrou, mais uma vez, um mecanismo eficiente e seguro de comercialização de biodiesel. Outra boa notícia é que a oferta por parte da indústria de biodiesel, que contou com 42 usinas participantes, foi recorde. Totalizou 1.276.340 m³, alta de 0,40%, comprovando o compromisso do setor com cumprimento da mistura de 12% de biodiesel (B12) no diesel comercial e com a segurança energética mesmo neste cenário de crise.
A continuidade da produção de biodiesel arrematado no leilão também é fundamental para manutenção dos empregos e da renda gerada por toda a indústria de biodiesel, que manterá aquisições de matérias-primas da agricultura familiar e seguirá prestando assistência técnica e extensão rural aos fornecedores. Também é essencial para o esmagamento de soja, atividade da qual depende a geração de farelos proteicos para produção de rações animais.
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