DECISÃO DE CONSTRUIR SUBMARINOS NUCLEARES LEVANTA A ACUSAÇÃO DE QUE O IRÃ NÃO ESTÁ SENDO HONESTO COM AIEA

O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, não esperou pandemia passar para elevar o tom da tensão contra o Irã ao dar ordens à Marinha para “abater e destruir toda e qualquer embarcação iraniana” que ameace os navios americanos no Golfe Pérsico, ponto nevrálgico para a passagem de navios carregados de petróleo. A publicação no Twitter nesta quarta-feira (22) vem como resposta à troca de acusações entre os dois países na semana passada, quando 11 embarcações iranianas fizeram manobras ao redor de um navio americano  no Golfo Pérsico. Militares americanos disseram que a aproximação foi “provocativa e perigosa”. O Irã devolveu a acusação, classificando a postura da Marinha americana como “não profissional” ao ter bloqueado a passagem de um navio do país no início do mês.

A crise subiu de tom depois que O Irã anunciou que vai construir submarinos nucleares. Essa a notícia criará ainda mais tensão na região. Nem a pandemia do Covid19 e com todo mercado de barriga cheia demoveu o presidente americano.  O chefe da Marinha iraniana, o contra-almirante Hossein Khanzadi,  disse que “É um tipo de negligência se a República Islâmica não pensar em usar propulsão nuclear em submarinos. Essa capacidade doméstica existe no Ministério da Defesa em relação à produção de submarinos maiores que o Fateh – e certamente, o desenvolvimento da propulsão submarina está na agenda de a Marinha.”

 O jornal  israelense  Jerusalem Post documentou os esforços de proliferação nuclear do Irã na Alemanha desde 2015, depois de analisar vários relatórios de inteligência alemães. O Post informou que o Instituto de Ciência e Segurança Internacional de Washington publicou um relatório em seu site descrevendo uma recém-revelada usina de armas nucleares do regime iraniano que foi descoberta por Israel. Os autores do relatório indicam que “o Irã deve declarar este site à Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) e permitir sua inspeção, uma vez que a instalação foi projetada e construída para lidar com material nuclear sujeito a salvaguardas sob o abrangente contrato de salvaguardas do Irã”. As atividades da República Islâmica do Irã nas instalações de Shahid Mahallati mostram decepção, segundo o relatório: “O Irã tem sido claramente desonesto com a AIEA. Durante as discussões em setembro de 2015, o Irã informou a Agência de que não havia realizado trabalho metalúrgico projetado especificamente para dispositivos nucleares e não estava disposto a discutir nenhuma atividade semelhante que não tivesse essa aplicação.”

“Ao invés de intimidar os outros, os americanos deveriam enviar todos os seus esforços para salvar os membros de suas forças que estão infectados com coronavírus”, disseram autoridades iranianas, segundo a agência de notícias ISNA. Também nesta quarta-feira (22), a Guarda Revolucionária do Irã anunciou o lançamento com sucesso do primeiro satélite militar do país em órbita a 425 km da superfície da Terra. O satélite Noor, foi lançado a partir do deserto de Semana, na região central do Irã.

Autoridades americanas  disseram temer que a tecnologia balística de longo alcance usada para colocar satélites em órbita também possa ser usada para lançar ogivas nucleares. Mike Pompeo, secretário de Estado dos EUA, afirmou nesta quarta que cada nação tem a obrigação de avaliar se o lançamento do satélite militar pelo Irã é consistente com as resoluções do Conselho e Segurança da ONU.