FUP DIZ QUE PETROBRÁS VENDEU REFINARIA NA BAHIA PELA METADE DE SEU VALOR E FUNCIONÁRIOS AMEAÇAM GREVE
Os petroleiros estão de mau humor nesta segunda-feira (8), após a notícia do fechamento da venda da Refinaria Landulpho Alves (Rlam), na Bahia, para o Fundo Mubadala. A Federação Única dos Petroleiros (FUP) apresentou um estudo que indica que o valor real do ativo estaria entre US$ 3 bilhões e US$ 4 bilhões. A Petrobrás, no entanto, se desfez do ativo por US$ 1,65 bilhão. O Sindicato dos Petroleiros da Bahia (Sindipetro-Bahia), que é filiado à FUP, está mobilizando os trabalhadores da RLAM para iniciar uma greve, em protesto contra a venda da planta.
O estudo sobre a RLAM apresentado pela FUP foi feito pelo Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep). A instituição usou o método de fluxo de caixa descontado para apontar o valor real da refinaria.
“A RLAM recebeu investimentos de R$ 6 bilhões somente em hidrotratamento nos últimos dez anos. No entanto, a refinaria está sendo vendida por pouco mais que isso, num momento economicamente ruim em todo o mundo. E não é apenas da planta de refino que está sendo vendida a preço de banana, mas toda a infraestrutura de armazenamento e escoamento da RLAM”, afirmou o coordenador geral da FUP, Deyvid Bacelar.
A FUP teme que o Fundo Mubalada opte por vender os derivados produzidos na planta para o mercado internacional, provocando desabastecimento no país. A FUP diz ainda que a RLAM foi uma peça-chave para equilibrar o desempenho financeiro da Petrobrás durante a pandemia.
“A planta baiana tem respondido por cerca de 30% da produção da Petrobrás de óleo combustível para navios (bunker) com baixo teor de enxofre, atendendo exigência da Organização Marítima Internacional (IMO, sigla em inglês), combustível que tem sido bastante demandado no mercado internacional. As exportações de bunker amenizaram os resultados financeiros ruins da Petrobrás nos três primeiros trimestres de 2020”, argumentou a entidade, em comunicado.
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