EMPRESAS E TRABALHADORES ALEMÃES ESTÃO SE OPONDO AO GOVERNO E À UNIÃO EUROPEIA CONTRA A PROIBIÇÃO DO GÁS DA RÚSSIA
Por essa o Presidente russo Vladimir Putin não esperava. Os empregadores e sindicatos da Alemanha se uniram para se opor a uma proibição imediata da União Europeia sobre as importações de gás natural da Rússia por causa da invasão da Ucrânia, dizendo que esta medida levaria ao fechamento de fábricas e à perda de empregos na maior economia do bloco. Rainer Dulger (à direita, na foto conjunta), presidente do grupo de empregadores do BDA, e Reiner Hoffmann (à esquerda), presidente da confederação sindical DGB, em um comunicado conjunto nesta segunda-feira (18) na agência de notícias alemã DPA, disseram que “um rápido embargo de gás levaria à perda de produção, paralisações, uma maior desindustrialização e a perda de longo prazo de postos de trabalho na Alemanha”. A declaração vem enquanto os líderes europeus estão discutindo possíveis novas sanções energéticas contra o petróleo russo, após uma decisão de 7 de abril de proibir as importações de carvão russo a partir de agosto. Os líderes da Ucrânia dizem que as receitas das exportações de energia da Rússia estão financiando a guerra contra o país e devem ser encerradas.
As 27 nações da UE obtêm cerca de 40% de seu gás natural da Rússia e cerca de 25% de seu petróleo. O gás natural seria o mais difícil, dizem analistas de energia, já que a maior parte vem por gasoduto da Rússia e o fornecimento de gás liquefeito, que pode ser encomendado por navio, é limitado em meio à forte demanda mundial. A Alemanha, um importante centro industrial e importador de gás russo, até agora resistiu a um desligamento imediato e disse que planeja eliminar gradualmente o petróleo russo até o final do ano e a maioria das importações de gás russo até meados de 2024. A comissão executiva da UE delineou medidas para reduzir o consumo de gás russo em dois terços até o final do ano, usando mais gás de gasoduto da Noruega e do Azerbaijão, importando mais gás liquefeito, acelerando a implantação de projetos eólicos e solares e intensificando os esforços de conservação.
O vice-chanceler alemão, Robert Habeck (foto à direita), disse que “um embargo imediato ao gás colocaria em risco a paz social na Alemanha”. Apesar das amplas sanções econômicas contra bancos e indivíduos russos, a UE continua enviando cerca de US$ 850 milhões por dia para a Rússia em busca de petróleo e gás, mesmo quando os governos da UE condenam a guerra na Ucrânia. As empresas intensivas em gás incluem produtores de vidro, metais, cerâmica e produtos químicos. Autoridades do setor dizem que em muitos casos seria impossível substituir o gás natural no curto prazo. O que se acredita é que o petróleo bruto russo será mais fácil de substituir do que o gás, mas que um boicote ainda levaria a preços de energia mais altos que atingiriam consumidores que já enfrentam inflação recorde na UE de 7,5%.
A ficha caiu…
Não esperava outra reação. Foi sempre assim. Na Crimeia, foi assim. Os interesses econômicos sempre falam mais alto. É só uma questão de tempo, e a invasão da Ucrânia estará esquecida.