DIRETOR DA PROMON ABORDA CONSTRUTIBILIDADE EM EVENTO INÉDITO NO BRASIL
Por Rafael Godinho / Petronotícias:
Termina nesta sexta (30) o workshop “Produtividade em Ação”, evento inédito promovido no Rio pelo Centro de Excelência em Engineering, Procu-rement and Construction (CE-EPC), em conjunto com as organizações Construction Industry Institute (CII) e a Construction User Roundtable de Cincinnati (CURT). Na última quinta, segundo dia do evento, o diretor de Operações da Promon Engenharia, Cícero Facciolla, apresentou um painel acerca da construtabilidade, tema que envolve atitudes extras de engenharia, a partir de um pacote de definições de projeto. Mediante reuniões de construtabilidade divididas em etapas; definição do caminho crítico a ser vencido; análise das condições e necessidades da execução; estratégia de ataque à obra; detalhamento da montagem, entre outros, a construtabilidade busca maior agilidade e planejamento, com redução de custos e atrasos e aumento da produtividade. Confira abaixo a entrevista com Cícero Facciolla sobre esse assunto.
Como conceituar a construtabilidade?
É o planejamento ótimo da sequência de execução e da montagem, mas considerando suprimento, engenharia, qualidade, segurança. Ou seja, considerando todas as disciplinas envolvidas no estudo dessa área.
O que a Promon Engenharia tem a oferecer na área da construtabilidade?
O exemplo da construtabilidade para nós significa um planejamento forte e um sistema de gestão integrado ao longo do ciclo de vida do empreendimento. A Promon tem a oferecer isso: a empresa tem um sistema de gestão forte, possui planejamento e tem ferramentas muito significativas para fazer esse estudo. A companhia considera ter condições de oferecer ao mercado e aos clientes estudos de execução muito mais fortes e detalhados.
A Promon foi eleita pela sétima vez seguida uma das 21 melhores empresas em sustentabilidade social corporativa. Esse reconhecimento está ligado à construtabilidade?
Sim. Quando você recebe uma oportunidade de execução de um grande projeto, uma das primeiras providências a tomar é investigar o local, a parte social, a infraestrutura e a economia locais. É preciso estudar o que você vai invadir e o que você vai modificar no ambiente, no que se refere às questões ambientais e sociais. A gente aborda muito esse tema, que é um processo amplo. Você adentra comunidades, então tem que mostrar a eles que aquilo que você está fazendo é bastante razoável, gera riqueza à cidade, e que você não está agredindo o meio ambiente. Deve mostrar que está agindo com técnicas bem elaboradas, com atendimento a condicionantes ambientais. Então, a sustentabilidade está muito ligada a nós e aos nossos empreendimentos. Por exemplo, no reuso da água e na recuperação de resíduos pela construção civil.
A sustentabilidade está dentro das três reuniões de construtabilidade?
Sim. A sustentabilidade é um tripé: social, ambiental e econômico. Quando você aborda os projetos e como eles estão sendo elaborados, também tem que abordar essa questão. Estou lidando com pessoas, e preciso saber se elas vão ter lugar para morar e uma qualidade de vida razoável. Estou lidando com o meio ambiente, invadindo locais, fazendo escavações. Como eu vou tratar isso? Onde eu vou deixar os resíduos? Há jazidas em que eu preciso às vezes fazer re-aterro local, porque você transporta a terra de um lado para outro, por exemplo. É necessário saber o que pode fazer ou não. E tem a questão econômica, lógico. Mas o tema sustentabilidade é abordado em todas as reuniões. Não há um tópico específico para esse assunto; ele está implícito.
O padrão de construtabilidade da Promon, com as três reuniões de abordagem do projeto, é particular da empresa, ou um padrão geral?
Na realidade, o CII (Construction Industry Institute) e o IPA (Independent Project Analysis) é que trouxeram a VIP (Value Improving Practices), que era uma abordagem muito intensa, mas não como uma disciplina. Em 2004, a gente decidiu: vamos adotar como disciplina, e vamos adotá-la em todas as nossas operações.
Quais os maiores problemas na questão da construtabilidade no Brasil?
Justamente essa questão do planejamento. A gente tem que planejar muito mais do que vem fazendo. Esse tipo de trabalho que a gente faz, que possui um ciclo de vida de implantação, precisa ser muito bem estudado. Evidentemente, também precisa ser muito bem planejado. Se você não faz um planejamento adequado, você esquece etapas e, dependendo da fase em questão, não consegue voltar. Então gasta-se muito dinheiro e o empreendimento se torna inviável. Logo é preciso estudar muito antes de executar.
Como o senhor vê o atual momento da indústria brasileira?
Falta um pouco de capacitação às empresas, até porque não é fácil, a economia às vezes não permite. Os profissionais precisam ser melhor treinados. Isso exige toda uma infraestrutura necessária. O profissional, ao chegar ao trabalho, deve encontrar condições melhores [para atuar]. Isso afeta a condição final de desenvolvimento das nossas empresas.
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