IRÃ SEGUE GANHANDO TEMPO PARA SE ENQUADRAR NAS REGRAS DA AGÊNCIA ATÔMICA, QUE ACREDITA ESTAR PERTO DE UM ACORDO

O Irã continua ganhando tempo na questão nuclear e de enriquecimento de urânio acima do permitido e diz que não aceitará as exigências que considera “excessivas” do órgão de vigilância nuclear da ONU. A afirmação é do porta-voz da Organização de Energia Atômica Iraniana, Behrouz Kamalvandi, segundo a agência de notícias Tasnim. Após meses de negociações indiretas, Teerã e Washington estão lutando para realinhar o acordo nuclear de 2015. Um ponto de discórdia chave é a insistência de Teerã de que a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) encerrou suas sondas em vestígios de urânio encontrados em três locais não declarados antes que o pacto nuclear fosse revivido. “Consideramos as exigências da AIEA excessivas, porque sua implementação é impossível devido às sanções”, disse Behrouz Kamalvandi. “Se eles suspenderem as sanções, o Irã retribuirá.” Não ficou claro se Kamalvandi se referiu às investigações da AIEA.

O diretor-geral da AIEA, Rafael Grossi, disse que a retomada do acordo nuclear com o Irã está cada vez mais próxima. Para ele, as inspeções técnicas feitas pela AIEA “estão no interesse de todas as partes” e é apenas uma questão de vontade política. “Depois de meses e meses de negociações, parece que as partes estão mais próximas do que nunca ao fechamento do acordo. Acredito que essa seja uma oportunidade que dará também um nível de acesso de verificação necessário dado o tamanho, a ambição e a dimensão do programa nuclear iraniano”, afirmou.

Para lembrar, o documento, conhecido como Joint of Comprehensive Plano of Action (JCPOA) foi assinado em 2015 pelos membros do Conselho de Segurança das Nações Unidas (China, Estados Unidos, França, Reino Unido e Rússia) mais a Alemanha, com intermediação da União Europeia. Mas, em 2018, o então presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, retirou a nação do pacto e impôs sanções unilaterais contra Teerã.