MINISTRO DE ENERGIA DA RÚSSIA DIZ QUE O GÁS QUE NÃO ESTÁ SENDO VENDIDO PARA A EUROPA IRÁ PARA A CHINA
Um toque da ironia russa. O Ministro da Energia, Alexander Novak, em entrevista ao canal de TV de Moscou, questionado sobre o gás que deixou de ser enviado para a Europa, disse que um gasoduto russo para a China substituirá a ligação de gás Nord Stream 2, abandonada em meio ao conflito na Ucrânia, e que todo gás será vendido para os chineses. Esse novo gasoduto recebeu o nome de Asian Force Siberia 2. No início do dia, o ministro, à margem de uma visita ao Uzbequistão, disse que a Rússia e a China em breve assinarão acordos sobre a entrega de “50 bilhões de metros cúbicos de gás” por ano através do futuro oleoduto Asian Force. Esse volume representará quase a capacidade máxima do Nord Stream 1 – 55 bilhões de metros cúbicos no total – que foi fechado desde o dia 2 de setembro. Um terço do fornecimento de gás russo à União Europeia passa pelo gasoduto estratégico, que liga a Rússia à Alemanha. O Asian Force Siberia 2 alimentará a economia de consumo de energia da China, em parte via Mongólia.
A sua construção deve começar em 2024. Ele substituirá, portanto, o projeto Nord Stream 2, há muito apoiado pela Alemanha, mas que Washington via com indiferença e o Ocidente descartou desde que a ofensiva russa na Ucrânia começou no final de fevereiro. Novak disse que as exportações de gás russo para a UE “cairão cerca de 50 bilhões de metros cúbicos” em 2022. Ao mesmo tempo, o ministro russo disse que a Gazprom, operadora do gasoduto Asian Force of Siberia 1, que liga o campo de Chaiandina, ao nordeste da China desde o final de 2019, vai “aumentar suas entregas para atingir 20 bilhões de metros cúbicos de gás” a cada ano. A ligação do campo Kovytka, perto do Lago Baikal, ao gasoduto no início de 2023 ajudará a alcançar o aumento.
Até 2025, quando atingir sua capacidade máxima, o gasoduto produzirá 61 bilhões de metros cúbicos de gás por ano, mais do que o Nord Stream 1, dos quais 38 bilhões de metros cúbicos irão para a China sob um contrato de 2014 assinado entre a Gazprom e a CNPC. O Ministério da Energia disse que os dois lados também assinaram acordos para construir uma nova rota de trânsito de Vladivostok, no Extremo Oriente da Rússia, para o norte da China, trazendo mais 10 bilhões de metros cúbicos de gás.
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