REFINARIAS NA FRANÇA SEGUEM EM GREVE E MOVIMENTO SE ESTENDE PARA O SETOR NUCLEAR DO PAÍS
Os trabalhadores dos setores público e privado atenderam à convocação de vários sindicatos franceses, liderados pelas centrais CGT e FO, para uma greve nacional de 24h na terça-feira (18). A principal reivindicação é de aumento salarial diante do retorno da inflação, mas os grevistas também demonstram solidariedade com empregados de quatro refinarias da TotalEnergies, em greve desde 27 de setembro. Segundo a Confederação Geral do Trabalho (CGT), que lidera a mobilização e mantém parte das refinarias de petróleo do país paralisadas. Duas últimas petroleiras da TotalEnergies permaneceram em greve nesta quinta-feira (20) após uma assembleia dos grevistas. O movimento está perdendo força, mas o retorno à normalidade nos postos de gasolina na França é lento, antes das férias escolares de outono que começam na sexta-feira( 14) à noite. Após um pico de escassez na semana passada, a escassez de gasolina e diesel foi reduzida nesta semana, permanecendo sem precedentes na história recente.
As greves que a França está enfrentando afetaram o trabalho em quase um terço dos reatores nucleares do país, atrasando a manutenção em muitos deles antes das negociações planejadas com a operadora EDF. Três dos reatores reduziram a produção em um total de 1,8 gigawatt, mostraram dados da EDF. A produção nuclear da França já deveria atingir uma baixa de 30 anos em 2022 devido a um número recorde de interrupções de reatores devido a problemas de corrosão e manutenção planejada, em um momento em que a Europa enfrenta uma crise de energia desencadeada pela guerrada ucrânia. O fornecimento de energia foi ainda mais atingido nas últimas semanas, já que o sindicato FNME-CGT vem realizando greves contínuas devido aos salários em algumas usinas nucleares. A representante da FNME-CGT Virginie Neumayer disse que 20 reatores de um total de 56 foram afetados. Desses, 17 reatores tiveram seu cronograma de manutenção atrasado. O início da manutenção planejada nas usinas de Gravelines 4 e Dampierre 3 foi adiado devido às greves e agora mostra a data de início da interrupção para 21 de outubro. Isso adiou o reinício de Dampierre 3 em um dia, para 27 de novembro. A operadora da rede elétrica RTE alertou na terça-feira (18) que greves prolongadas que atrasam ainda mais o reinício dos reatores podem ter “consequências pesadas” para o fornecimento de eletricidade durante o inverno.
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