ENGENHEIROS DO EXÉRCITO AMERICANO ATRASAM ENTREGA DA ANÁLISE DA CONSTRUÇÃO DO OLEODUTO EM TÚNEL SOB O LAGO DE MICHIGAN
Lá como cá. A pressão de ambientalistas está fazendo com que o Corpo de Engenheiros do Exército dos Estados Unidos (USACE) atrase a conclusão do trabalho que está responsável por fazer sobre os impactos da construção de um túnel sob o Lago de Michigan, entre Estados Unidos e o Canadá, para que seja lançado um gasoduto. O gasoduto a ser lançado vai substituir o trecho da Linha 5 que ainda está funcionando sob as águas do lago, causando grande apreensão em toda a comunidade, porque são águas que abastecem várias cidades das região entre os dois países. Os engenheiros do Exército americano, que está responsável pelo impacto ambiental que possa ter o projeto, anunciou que está atrasando uma etapa importante do processo de revisão do projeto proposto, gerando reclamações e insatisfações tanto do proprietário do oleoduto, a empresa canadense Enbridge, quanto dos oponentes do projeto, liderados por alguns indígenas.
O rascunho da declaração de impacto ambiental (EIS) do USACE tinha anteriormente um cronograma de publicação planejado para o final de 2023. Essa data projetada agora foi adiada para o início de 2025, aproximadamente um ano e meio depois. A empresa canadense de dutos Enbridge já estava descontente com o fato de o USACE ter escolhido conduzir um longo processo de definição do escopo do EIS em favor de uma rota de revisão menos intensiva. A empresa disse que está “desapontada” com a decisão do USACE de estender ainda mais o processo, que já é demorado.
O porta-voz da Enbridge, Ryan Duffy, disse que “A decisão do Corpo de Engenheiros do Exército dos EUA (USACE) de estender o processo de licenciamento federal para o Projeto do Túnel dos Grandes Lagos atrasa ainda mais a substituição dos dutos duplos no Estreito de Mackinac e efetivamente empurra o início da construção para 2026. Embora apoiemos um processo de licenciamento completo, abrangente e cuidadosamente considerado que garanta oportunidades adequadas para revisão e comentários, estamos desapontados com o cronograma estendido para um projeto desse escopo”. A Enbridge solicitou uma licença ao USACE em abril de 2020, de acordo com a Lei dos Rios e Portos, de 1899 e a Lei das Água Limpa. A aprovação federal é necessária para o projeto, pois envolve o descarregamento de materiais dragados ou de aterro em águas dos Estados Unidos, bem como a construção de estruturas e/ou obras que possam afetar águas navegáveis.
Vários períodos para comentários públicos ocorreram no ano passado relacionados ao escopo do projeto, inclusive com a participação do presidente da Liderroll, Paulo Fernandes, que esteve em Michigan para participar das audiências públicas:
– Estivemos lá explicando a segurança do nosso projeto e a experiência que adquirimos em fazer uma obra semelhante aqui no Brasil. Nossas ideias estão colocadas e muito provavelmente serão utilizadas, já que pela complexidade do desafio de se construir o túnel e lançar os dutos, a tecnologia da Liderroll é a mais adequada, rápida e segura. Também penso que manter um oleoduto tão antigo submerso é um risco desnecessário que ninguém quer correr. Quanto mais se retardar a decisão de construir o túnel para lançar o gasoduto, parece ser pior. Mas esta é uma decisão interna no governo de Michigan, do grupo de engenheiros do Exército americano e da própria Enbridge. Nós respeitamos as decisões, porém achamos arriscadíssimos e não vemos como uma decisão mais certada. Nenhum tipo de discussão butocrata irá justificar um desastre ambiental desta a magnitude já tendo uma solução pronta e de resposta rápida para a construção do oleoduto. Não conseguimos ver que tipo de discussão ainda se faz necessário.
A construção em si envolverá a substituição dos oleodutos duplos de aproximadamente sete quilômetros de extensão que correm ao longo do Estreito de Mackinac, no subterrâneo. Ainda não está claro quando o USACE tomará uma decisão final com base no EIS, já que uma decisão estava originalmente prevista para o inicio de 2024. Além do USACE, o Enbridge também exige a aprovação da Michigan Public Service Commission (MPSC) e do Departamento de Meio Ambiente, Grandes Lagos e Energia (EGLE). Dessas, a EGLE é a única a conceder licenças até agora. Os defensores do meio ambiente e do clima que se opõem totalmente à Linha 5 também ficaram incomodados com o processo de licença estendida, embora por razões diferentes. Esta uma extensão do processo EIS significa que o oleoduto de quase 70 anos terá mais tempo para representar uma ameaça ao Estreito de Mackinac antes que essa seção seja substituída. Beth Wallace, gerente de campanhas de água doce da National Wildlife Federation (NWF), disse que “A recente decisão do Corpo de Engenheiros do Exército permitirá que a Enbridge continue operando o oleoduto sob a água, apesar das melhores evidências e das vozes dos membros da comunidade.” A coalizão anti-Line 5 Oil & Water Don’t Mix disse que o atraso de aproximadamente 18 meses agora provavelmente marcará 2029 como a data de conclusão mais próxima possível para o projeto do túnel.
Deixe seu comentário