CANADÁ AMPLIA INCENTIVOS FISCAIS PARA INICIATIVAS DE ENERGIA VERDE, ELEVANDO VALOR DE PROJETOS EM MAIS DE 50%

O novo crédito fiscal de investimento em energia renovável (ITC) do Canadá, apresentado no orçamento federal de 2023, tornará o país um líder global em condições financeiras favoráveis para projetos de energia verde. A modelagem econômica renovável da Rystad Energy mostra que esses novos incentivos fiscais aumentarão o valor de alguns projetos em mais de 50% ao longo de sua vida útil, posicionando o Canadá como o segundo lugar mais atraente para desenvolvedores renováveis, atrás apenas dos EUA. A estratégia “made in Canada” faz parte de uma tendência global crescente de políticas que priorizam a produção e o trabalho domésticos, semelhante à Lei de Redução da Inflação dos EUA. O ITC – um incentivo reembolsável que oferece uma porcentagem do custo do investimento de capital – fornecerá uma redução de impostos de 30% para tecnologias renováveis implantadas até 2034.

Graças a esse reembolso, um projeto de 250 megawatts (MW) construído no Canadá agora terá um valor presente líquido de ciclo de vida completo de US$ 202 milhões após impostos, acima dos US$ 131 milhões antes do anúncio do ITC. Isso marca um aumento significativo no valor , o que provavelmente incentivará novos desenvolvimentos e revitalizará alguns projetos que foram deixados de lado devido à economia desfavorável. “O Canadá olhou para os incentivos fiscais renováveis de seu vizinho do sul e o influxo de investimento que deve desencadear e pensou: “Quero um pouco disso”. E sua resposta à Lei de Redução da Inflação pode ter amplas implicações. No curto prazo, vai abalar projetos soltos que encontram obstáculos devido às condições econômicas recentes. No entanto, no longo prazo, pode desencadear uma onda de novos investimentos”, disse o  analista sênior de renováveis e energia da Rystad Energy, Geoff Hebertson.

O Canadá já é líder global em geração de energia renovável, com 83% de sua rede elétrica proveniente de fontes renováveis e nucleares. Esperamos que essa participação atinja 97% até 2050, com a maior parte da capacidade adicional suportada pelo desenvolvimento de projetos solares.

Conforme relatado anteriormente, Alberta emergiu como um líder surpreendente em desenvolvimentos solares e eólicos. A determinação da província em atingir suas metas líquidas zero estimulou o crescimento da capacidade solar, eólica e de armazenamento por meio de PPAs corporativos. Nossas previsões mostram que a região ultrapassará 20 gigawatts (GW) de capacidade renovável instalada até 2030. O novo plano federal reforçará ainda mais os investimentos na província e impulsionará projetos que enfrentaram dificuldades no ambiente econômico anterior.

O ITC completo se aplica a projetos geotérmicos, solares, eólicos e de armazenamento de energia e estará em vigor até dezembro de 2033, caindo para 15% em 2034 e sendo eliminado após 2034. Projetos de hidrogênio também devem se beneficiar de uma linha de crédito apoiada pelo governo para novos projetos. O plano oferece até 40% de créditos fiscais para projetos de hidrogênio verde que emitem menos de 0,75 kg de CO2e por kg de hidrogênio limpo. Projetos de hidrogênio cinza ou azul podem ter 5% a 25% de ITC, dependendo das condições de trabalho. Além disso, o governo canadense alinhou um crédito fiscal de 30% para incentivar o investimento em máquinas e equipamentos usados para fabricar projetos de energia limpa, incluindo equipamentos de armazenamento e reciclagem de materiais críticos usados em veículos elétricos (EVs) e baterias.

“Embora um crédito fiscal de investimento não seja uma bala de prata, os países que tentam competir por uma parcela dos investimentos renováveis globais e alcançar o zero líquido devem considerar seus benefícios. Movimentos políticos bem pensados, como um ITC, podem apoiar a adoção de energias renováveis e garantir a competitividade com rivais econômicos”, diz Hebertson.