AS OLIMPÍADAS NUCLEARES BRASILEIRAS ENTRAM EM NOVA ETAPA, COM PARTICIPANTES DE VÁRIOS ESTADOS DO PAÍS
O mundo está experimentando uma grande demanda por inovação tecnológica aliada à sustentabilidade. Por isso, o mercado e a academia estão preparando-se para qualificar novos profissionais que possam atuar nesse ambiente de intensas transformações. De olho nesse movimento, a Associação Brasileira para Desenvolvimento das Atividades Nucleares (ABDAN) está realizando neste ano as Olimpíadas Nucleares Brasileiras (ONB). A competição intelectual, direcionada a estudantes de graduação, mestrado e doutorado, entrou nesta semana em uma nova etapa. Agora, os participantes desenvolverão soluções para desafios que envolvem inteligência artificial, cibernética e geração de energia. O chamado Hackapower 2023 é a segunda fase das Olimpíadas Nucleares Brasileiras. Essa nova etapa da competição foi inaugurada nesta semana pelas organizadoras Patricia Wieland e Eliene Silva, durante a feira Nuclear Trade & Technology Exchange (NT2E), no Rio de Janeiro.
Os desafios do Hackapower 2023 estão organizados em três categorias: energia, inteligência artificial e cibernética. Os participantes foram divididos em grupos e terão até setembro para desenvolver as soluções para os temas propostos. Em energia, o desafio é “Acelerando a inovação nuclear no Brasil: projeto de um sandbox nuclear net-zero baseado em SMR para aplicações além da geração de eletricidade”. Em cibernética, o tema é “Desafios na operação segura de SMRs que incorporem tecnologias, conceitos ou componentes da Indústria 4.0”. Por fim, em Inteligência Artificial, o desafio é “Estimativa da distribuição especial de taxas de dose em cenários de acidentes severos”.
Uma banca de jurados irá avaliar a apresentação final dos grupos, em setembro, e os vencedores serão revelados em novembro, durante o evento Nuclear Legacy. Ao todo, quase 50 alunos se inscreveram nas Olimpíadas Nucleares Brasileiras. Cerca de 30 participantes de diferentes regiões do Brasil avançaram para a segunda etapa da disputa. O Hackapower 2023 terá mentoria de Leonam Guimarães (ABDAN/Eletronuclear), Karla Lepetitgaland (Eletronuclear), Marcos Santana (IEN/CNEN), Guilherme Dutra (IEN/CNEN), Andressa Nicolau (UFRJ) e Claudio Pereira (IEN/CNEN).
“É um método transformador realizar uma Olimpíada como essa. Em pouco tempo, eu tenho certeza que esses participantes terão um ganho impressionante nas suas competências individuais e também nas competências para atuarem em grupo. O resultado final, com certeza, trará um grande benefício para as empresas e para a indústria nuclear do Brasil”, avaliou Patricia.
Ela lembrou ainda que existe uma demanda crescente por evolução tecnológica. Para ir ao encontro dessa nova tendência, é preciso ter formação de pessoal que avançará na Indústria 4.0. “Não podemos ter um gap e esperar para preparar os recursos humanos diante dessa ‘avalanche’ tecnológica que virá por aí. Inteligência Artificial, automação e machine learning são temas que vieram para ficar. Precisamos ter pessoal apto a navegar nesse mar de novidades”, acrescentou.
Já Eliene Silva destacou que as Olimpíadas Nucleares Brasileiras serão disruptivas para cada participante e também para o Brasil. “Os estudantes estão trabalhando em desafios que são bastante atuais. São temas importantes para o futuro do setor de energia do Brasil. Um exemplo é a questão dos pequenos reatores modulares (SMRs). O país não tem ainda todas as normas para essa tecnologia e os participantes vão trabalhar em propostas para essas soluções”, declarou.
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