ASSOCIAÇÕES BRASILEIRAS DO SETOR DE ENERGIA LANÇARAM PACTO PARA PRODUÇÃO DE HIDROGÊNIO RENOVÁVEL
Entidades representativas do setor de energia e da indústria assinaram um novo acordo de cooperação, denominado Pacto Brasileiro pelo Hidrogênio Renovável. O objetivo da parceria é acelerar o desenvolvimento do mercado brasileiro de hidrogênio renovável (H2R), tanto para exportação quanto para consumo doméstico. Assinaram o documento a Associação Brasileira de Energia Eólica e Novas Tecnologias (ABEEólica), a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), a Associação Brasileira do Biogás (Abiogás) e a Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha do Rio de Janeiro (AHK Rio).
O pacto tem seis objetivos centrais: contribuir para a definição de um arcabouço regulatório; desenvolver o mercado de aplicação de hidrogênio renovável; promover o desenvolvimento socioeconômico, por meio da economia do hidrogênio renovável; promover o hidrogênio de origem renovável no país; disseminar as oportunidades de hidrogênio renovável aos seus associados e à sociedade brasileira; e aumentar a competitividade da produção e uso do hidrogênio renovável.
As ações conjuntas incluirão atividades e projetos técnicos e institucionais, visando a cooperação e participação das partes em grupos de trabalho, comissões técnicas, eventos, reuniões, debates, seminários, palestras, “road shows”, estudos, publicações e todo o necessário para desenvolver a cadeia de valor do hidrogênio renovável no país, bem como estimular investimentos e negócios e sua divulgação no Brasil e no exterior.
“Para que o mundo atinja a neutralidade de emissões de gases de efeito estufa até 2050, o Brasil precisa fazer a sua parte e pode, inclusive, transformar este desafio em uma grande oportunidade de acelerar seu desenvolvimento socioeconômico e ambiental, oferecendo produtos e serviços sustentáveis ao mundo. Os analistas de mercado projetam que, em poucos anos, o Brasil poderá produzir o hidrogênio renovável mais competitivo do mundo, se desenvolver políticas públicas, programas e incentivos adequados. Por isso, o Programa Nacional do Hidrogênio (PNH2), do Governo Federal, deve ser repensado, priorizando e incentivando as rotas de produção de hidrogênio a partir de fontes renováveis”, disse o presidente executivo da Absolar, Rodrigo Sauaia.
Já a ABEEólica destaca que o hidrogênio renovável é a chave para um mundo neutro em carbono. “No contexto da transição energética justa e no processo de descarbonização, temas esses que estão na pauta mundial, o hidrogênio surge como o combustível vetor da transição energética. Ele é cotado principalmente para descarbonizar setores que hoje são de difícil descarbonização, como é o caso do setor de transportes pesados, caminhões e navios, e o setor siderúrgico”, frisou a presidente da associação, Elbia Gannoum.
Para a AHK Rio, o hidrogênio renovável tem um potencial enorme na reindustrialização do Brasil, o que pode fortalecer as relações bilaterais entre os dois países. O Diretor de Transição Energética e Sustentabilidade da AHK Rio, Ansgar Pinkowski, disse que o Brasil possui uma grande chance de mudar a sua fama de país exportador de comodities para um país de fornecimento de produtos produzidos de forma sustentável, com uma pegada ambiental muito baixa.
“As indústrias irão se instalar onde as condições climáticas e geográficas forem favoráveis à produção de hidrogênio renovável e o custo de transporte for baixo. Neste contexto, Brasil e Alemanha podem se beneficiar mutuamente: o Brasil, com a sua excelente infraestrutura industrial e a longa tradição de relações econômicas com a Alemanha, atrairá cada vez mais empresas alemãs que querem produzir produtos com maior valor agregado no país, e a Câmara de Comércio e Indústria Brasil – Alemanha do Rio quer e pode assumir um papel importante nesta transformação energética e industrial. O Pacto Brasileiro pelo Hidrogênio Renovável pode ajudar muito nessa discussão, ao criar condições ideais para apoiar o Brasil nesta caminhada”, avaliou.
Por fim, a Abiogás lembra que o Brasil é abundante em recursos renováveis, e com potencial de biogás elevado e diversificado, o que o coloca na perspectiva de se tornar o maior fornecedor global do hidrogênio renovável para mercados europeus, asiáticos e norte-americanos. Com isso, o país pode ainda estabelecer um caminho de desenvolvimento econômico e social, baseado em produtos com baixa pegada de carbono.
“Uma vez que a molécula do biometano é igual à do gás natural, porém 100% renovável, o hidrogênio renovável a partir do biogás é obtido fazendo uso dos mesmos processos e da infraestrutura já existente, de forma competitiva. Trata-se, portanto, de uma solução imediata de descarbonização da rota mais utilizada hoje no mundo e que contribui para colocar o Brasil na liderança da produção de hidrogênio renovável”, finalizou o diretor executivo da Abiogás, Gabriel Kropsck.
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