APÓS NOVO INVESTIMENTO NA BACIA DE CAMPOS, EQUINOR PODE AMPLIAR PRODUÇÃO EM ÁGUAS PROFUNDAS EM 400 MIL BARRIS DIÁRIOS ATÉ 2030

A decisão final de investimento anunciada nesta semana pela norueguesa Equinor no bloco BM-C-33, na Bacia de Campos, é um primeiro e decisivo passo para ampliar a produção em águas profundas fora de seu país de origem. Segundo uma previsão feita pela Wood Mackenzie, a petroleira pode aumentar sua produção em até 400 mil barris de óleo equivalente por dia até o final da década.

“O BM-C-33 é a segunda decisão final de investimento da Equinor em uma longa lista de projetos de águas profundas justificados para desenvolvimento fora da Noruega. Uma vez sancionados, esses projetos aumentarão a produção em águas profundas operadas pela Equinor fora da Noruega de quase zero para 400.000 barris de óleo equivalente até o final da década”, declarou o analista sênior de pesquisa para a América Latina e África Subsaariana Upstream da Wood, Luiz Hayum.

O especialista lembra que além dos projetos de desenvolvimento já sancionados pela Equinor no Brasil (Bacalhau e BM-C-33), outras decisões de investimentos deverão ser anunciadas para os projetos multibilionários Rosebank, no Reino Unido, e Bay du Nord, no Canadá, em 2023 e 2024, respectivamente.

“Os projetos economicamente viáveis do Golfo do México (GoM) dos EUA, Monument e Power Nap, também devem contribuir antes do final da década. No entanto, esses projetos do GoM podem ter mudanças de propriedade antes da sanção, com uma operadora regional provavelmente a ser contratada”, avaliou Hayum.

De acordo com a análise da Wood Mackenzie, todos esses projetos são favorecidos com economia favorável e baixa intensidade de emissões, com taxas internas de retorno variando de 16% a 33%, e uma média de intensidade de emissões de 12 toneladas de CO2e por mil barris de óleo equivalente para projetos operados.

“Avaliamos o BM-C-33 tenha um Valor Presente Líquido (NPV10) de US$ 3,3 bilhões, com uma taxa interna de retorno superior a 16%”, disse Hayum. “A Equinor também espera que a adoção de turbinas a gás de ciclo combinado mais eficientes – o que reduz o gás combustível usado para geração de energia – resulte em uma intensidade média de emissões de 6 tCO2e/kboe durante toda a vida útil do campo”, completou.

Hayum finalizou dizendo que o bloco BM-C-33 também contribuirá fortemente para a produção de gás do Brasil, fornecendo cerca de 14 MMcmd (495 mmcfd) de gás processado – ou 15% do suprimento doméstico de gás do Brasil em 2030 – na rede do Rio de Janeiro.