UM VELHO OLEODUTO DA SHELL VAZA DURANTE DIAS NO DELTA DO NÍGER, CAUSANDO DANOS A MUITAS COMUNIDADES LOCAIS | Petronotícias




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UM VELHO OLEODUTO DA SHELL VAZA DURANTE DIAS NO DELTA DO NÍGER, CAUSANDO DANOS A MUITAS COMUNIDADES LOCAIS

pescaUm novo derramamento de óleo em uma instalação da Shell na Nigéria contaminou terras agrícolas e um rio, prejudicando os meios de subsistência das comunidades pesqueiras e agrícolas em parte do Delta do Níger, que há muito sofre com a poluição ambiental causada pela indústria do petróleo. A Agência Nacional de Detecção e Resposta a Derramamentos de Petróleo (NOSDRA) disse que o vazamento veio do oleoduto Trans-Niger, operado pela Shell, que atravessa comunidades na área de Eleme em Ogoniland, justamente  uma região onde a Shell enfrentou resistência local de décadas à sua exploração de petróleo. O volume de óleo derramado não foi determinado, mas ativistas publicaram imagens de terras agrícolas poluídas, superfícies de água manchadas por manchas de óleo e peixes mortos atolados em petróleo bruto.

Embora os derramamentos sejam frequentes na região devido ao vandalismo de ladrões de petróleo e à falta de manutenção dos oleodutos, de acordo com o Programaoleo vaza Ambiental da ONU, os ativistas disseraM que foi  “um das piores dos últimos 16 anos em Ogoniland”.  A ONG  Fyneface Dumnamene, sem fins lucrativos, monitora derramamentos na região do Delta. Ela diz que o vazamento começou no dia 11 deste mês e anunciado ontem (28). “Durou mais de uma semana o vazamento, caiu  no rio Okulu, que se une a outros rios e  deságua no Oceano Atlântico, afetando várias comunidades e desalojando mais de 300 pescadores”, disse um representante da ONG Youths and Environmental Advocacy Centre.

No mar, as marés levaram as  manchas de óleo por cerca de 10 quilômetros para riachos perto da capital petrolífera do país, Port Harcourt. A Shell interrompeu a produção em Ogoniland há mais de 20 anos, em meio a distúrbios com os moradores que protestavam contra danos ambientais, mas o oleoduto Trans-Niger ainda envia petróleo bruto de campos de petróleo em outras áreas através das comunidades da região para terminais de exportação. O vazamento foi contido, mas o tratamento das consequências do derramamento nas fazendas e no rio Okulu, que atravessa as comunidades, está parado, disse o diretor-geral da NOSDRA, Idris Musa.

casaO aparente impasse decorre da desconfiança e de queixas do passado na região ribeirinha e abundante em petróleo do Delta do Níger, que abriga principalmente grupos étnicos minoritários que acusam o governo de marginalização. A maior economia da África depende predominantemente dos recursos petrolíferos do Delta do Níger para seus ganhos, mas a poluição dessa produção negou aos moradores o acesso à água potável, prejudicou a agricultura e a pesca e aumentou o risco de violência, dizem os ativistas. As comunidades “estão muito irritadas com a destruição de seus meios de subsistência resultante dos equipamentos da Shell e temem que o regulador e a empresa culpem a sabotagem dos moradores”, disse um representante da ONG que acompanha o problema no local.

A Shell, com sede em Londres, disse que está trabalhando com uma equipe de investigação conjunta, composta por reguladores, residentes de Ogoniland e autoridadesvazamento locais, para identificar a causa e o impacto do derramamento. A equipe de resposta da Shell foi acionada, mas está sujeita a requisitos de segurança para se mobilizar no local e tomar as ações que possam ser necessárias para a segurança do meio ambiente, pessoas e equipamentos.

Centenas de agricultores e pescadores que perderam seus meios de subsistência insistiriam na restauração do meio ambiente e depois na compensação. A pedido do governo do Niger, o Programa Ambiental da ONU realizou uma avaliação ambiental independente de Ogoniland, divulgando um relatório em 2011 que criticava a Shell e o governo nigeriano por 50 anos de poluição e recomendava uma limpeza abrangente de bilhões de dólares. Embora o governo tenha anunciado a limpeza em 2016, há poucas evidências de restauração no local. O governo diz que os protestos da comunidade e ações judiciais de ativistas locais prejudicaram o progresso.

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