INAUGURAÇÃO FAJUTA DE GASODUTO PELO GOVERNO ARGENTINO VIRA PIADA DE JORNALISTAS NA TELEVISÃO

O gasoduto Néstor Kirchner, que nasceu no complexo energético Vaca Muerta, na província de Neuquén, no sul da Argentina, e que teve etapa “inaugurada” no dia 9 de julho, data da independência do país, virou piada na televisão. Jornalistas de um canal de notícias argentino receberam imagens depois que a cerimônia de inauguração foi realizada, e viram que tudo foi simulado. Na verdade, não houve o início da operação de um trecho do gasoduto. As imagens revelaram que tudo foi uma farsa. Era praticamente um cenário produzido com tubulações reais, que depois foram desmontadas, como mostram as imagens que os jornalistas da TV tiveram acesso. [Assista ao vídeo da TV Argentina no final desta reportagem]

Para lembrar,  esta seria a  primeira etapa que iria conectar a fonte do complexo de gás em Tratayén com a cidade de Salliqueló, na província de Buenos Aires, com uma extensão de 573 quilômetros. Seria um primeiro trecho, mas não está pronto.  A  inauguração foi Araque. O chamado “Migué” ou “Miguelito”, em espanhol.  O primeiro trecho cortará quatro províncias:  Neuquén, Río Negro, La Pampa e Buenos Aires. Com essa obra bilionária, a Argentina espera se tornar independente do fornecimento de gás e ainda uma  exportadora do produto. Seu principal destino de exportação é o Brasil, em um momento em que a produção de gás da Bolívia é baixa. A Argentina também iniciou negociações com o governo boliviano para enviar energia ao mercado do país. Ou seja, a Argentina, hoje importadora do gás boliviano, passaria a ser exportadora do produto para a Bolívia.

Segundo estimativas oficiais, a expectativa é que a Argentina economize pelo menos US$ 1 bilhão por ano com a redução da importação de Gás Natural Liquefeito (GNL). Na segunda etapa da obra, que vai da província de Buenos Aires à província de Santa Fé, o governo espera aumentar a redução na importação de gás e combustíveis para a geração de energia elétrica. A primeira fase do projeto do gasoduto envolveu a contratação de trabalhadores de vários países.  No caso do Brasil,  o plano argentino, prevê que o gasoduto chegue à fronteira com o Rio Grande do Sul.  De lá  o Brasil  distribuiria o gás que vem de Vaca Muerta. Mas para isso, o governo argentino espera a participação do BNDES no empreendimento, emprestando o equivalente a RS$ 4 bilhões para construir o gasoduto. É o dinheiro brasileiro voltando a financiar obras no exterior,  criando empregos fora do país.