SERVIÇO GEOLÓGICO DO BRASIL AVANÇA NOS ESTUDOS DO POTENCIAL DE LÍTIO E MINAS GERAIS VIVE AUMENTO DE COMERCIALIZAÇÃO DO MINÉRIO

Sigma está produzindo lítio em Minas Gerais

O Brasil está atrás de novas oportunidades para explorar suas reservas de lítio, um metal alcalino raro usado na produção de baterias, graxas, reatores, cerâmicas, vidros, fármacos, polímeros, entre outros. De um lado, o Serviço Geológico do Brasil (SGB) disponibilizou recentemente novos estudos sobre a avaliação do potencial de lítio no Brasil. Em paralelo, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, recebeu nesta semana a CEO da mineradora Sigma Lithium, Ana Cabral-Gardner, para discutir os projetos de extração do minério no Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais. De 1º de janeiro até 25 de julho, a extração de lítio no estado atingiu o valor de comercialização de R$ 1,445 bilhão e está muito perto de ultrapassar o montante registrado durante o ano de 2022 (R$ 1,456 bilhão).

De acordo com Silveira, a mineração de lítio na região do Vale do Jequitinhonha pode ser uma oportunidade única de inserção do Brasil como player mundial na produção desse mineral. “Sabemos que os minerais críticos serão fundamentais para a transição energética, então temos que trabalhar em cima destes potenciais brasileiros conciliando políticas públicas que tragam retornos sociais importantes para a nossa sociedade e que garantam a sustentabilidade”, avaliou.

O lítio é uma das matérias-primas essenciais para a produção de baterias. A empresa Sigma concentra suas atividades nos municípios de Itinga e Araçuaí e, segundo informações fornecidas pela companhia, a operação gera cerca de 1 mil empregos diretos e 13 mil empregos indiretos na região. Como noticiamos na última semana, a Sigma despachou a primeira carga de lítio verde do mundo, a partir do Porto de Vitória, no Espírito Santo. O mineral foi extraído no Vale do Jequitinhonha e tem o padrão triplo zero, sem carbono, rejeitos e químicos nocivos.

A carga teve como destino a China, que transformará o lítio em baterias a serem utilizadas em todo o mundo. A primeira remessa teve 15 mil toneladas de lítio verde triplo zero e outras 15 mil toneladas de subprodutos ultrafinos de alta pureza. Até o final do ano, a estimativa de exportação é de cerca de 130 mil toneladas. Segundo a empresa, o trabalho na região gera 1 mil empregos diretos e outros 13 mil indiretos.

A grande competitividade brasileira e do Vale do Jequitinhonha na produção do lítio se dá pelo fato de o mineral encontrado no país oferecer diferenciais competitivos que otimizam os investimentos. Ao contrário da maioria dos outras nações, o lítio encontrado em Minas Gerais é de alta pureza, facilitando seu uso na fabricação de baterias mais potentes.

Atualmente, o governo federal está desenvolvendo um programa multisetorial e específico para a região do Vale. O objetivo é usar a mineração como um instrumento de desenvolvimento regional, onde o Governo Federal oferecerá políticas públicas que envolvam a melhoria da infraestrutura (rodoviária e ferroviária), educação e capacitação profissional, além de levar à população local todos os programas sociais oferecidos pela União.

ESTUDOS MAPEIAM POTENCIAL DO LÍTIO NO BRASIL

O Serviço Geológico do Brasil, por meio da Diretoria de Geologia e Recursos Minerais (DGM), disponibilizou recentemente os produtos do projeto Avaliação do Potencial de Lítio no Brasil – Área Província Pegmatítica da Borborema, desenvolvido no Nordeste do Brasil, nos estados do Rio Grande do Norte e Paraíba.

A publicação representa mais uma fonte de informações indispensável para a atração de novos investimentos na pesquisa de lítio no país, para o setor tecnológico e industrial, e para a economia nacional. Além disso, busca apoiar a formulação de políticas públicas, contribuindo assim para atrair investimentos no setor mineral, em especial aqueles minerais responsáveis pela transição energética e de elevado valor estratégico. Espera-se que os efeitos dessa política setorial possam resultar na geração de empregos, renda e desenvolvimento social.

O relatório sobre a Área Província Pegmatítica da Borborema está disponível neste link e compreende a segunda fase do projeto “Avaliação do Potencial de Lítio no Brasil”, desenvolvido pelo SGB. A primeira fase desse projeto estudou pegmatitos da região do Vale do Médio Jequitinhonha.