PAÍSES AFRICANOS ASSINAM MEMORANDO COM A ASSOCIAÇÃO MUNDIAL PARA RECEBER APOIO ÀS INICIATIVAS NUCLEARES
A Associação Nuclear Mundial e a Comissão Africana de Energia Nuclear (AFCONE) assinaram um memorando de entendimento para apoiar o crescimento econômico e o desenvolvimento energético sustentável do continente africano através da utilização da energia nuclear. Como organização que representa a indústria nuclear global, a Associação Nuclear Mundial afirmou estar numa posição única para partilhar mensagens comuns e melhores práticas da indústria nuclear global com os países africanos interessados na energia nuclear. O acordo surge antes da Semana Africana da Energia 2023, que será realizado na semana que vem, na Cidade do Cabo entre os dias 16 a 20. A diretora da Associação Nuclear Mundial, Sama Bilao y Leon, disse que “Esta cooperação confirma o compromisso partilhado de ambas as organizações em facilitar proativamente a compreensão mais ampla da energia nuclear civil e apoiar o desenvolvimento da energia nuclear nos Estados africanos.” Ela acrescentou explicando que o objetivo do memorando de entendimento era apoiar a partilha e o intercâmbio de informações, a criação de redes, o reforço de capacidades e a formação.
Atualmente, África tem dois reatores nucleares em funcionamento na central de Koeberg, na África do Sul, e quatro reatores em construção na central de El Dabaa, no
Egito. Gana, Quênia e a Nigéria já tomaram a sua decisão nacional de implantar a energia nuclear e estão a avançando com os planos. Os países africanos que exploram a utilização da energia nuclear incluem Argélia, Etiópia, Marrocos, Níger, Namíbia, Ruanda, Senegal, Sudão, Tanzânia, Tunísia, Uganda e Zâmbia. O Relatório sobre Combustível Nuclear da Associação Nuclear Mundial, publicado em Setembro, estima que até 2040 África poderá ter 18 GWe de energia nuclear com base nos atuais planos dos Estados-Membros.
“A energia nuclear oferece uma oportunidade de ouro para construir um mundo mais limpo e equitativo, no qual todos tenham acesso a energia limpa, abundante e acessível 24 horas por dia, 7 dias por semana, e uma elevada qualidade de vida”, disse Sama Bilbao y León. “A associação envolveu-se recentemente com membros e organizações importantes em muitos países africanos, reconhecendo o enorme potencial da energia nuclear para apoiar o crescimento sustentável e o desenvolvimento no panorama energético do continente. Estou muito satisfeita por fazer parceria com a AFCONE para ajudar África a implantar a energia nuclear e fornecer 24 horas por dia 7 energia limpa para todos.”
O Secretário Executivo da AFCONE, Enobot Agboraw (na foto principal) disse que “A energia nuclear foi identificada entre as fontes de energia limpa viáveis para enfrentar a pobreza energética de África. A vantagem relativa da energia nuclear reside na sua capacidade de fornecer carga de base, na sua relação custo-eficácia a longo prazo, na sua resiliência ambiental e na longa vida útil operacional das centrais nucleares. Considerando o acentuado crescimento populacional de África, a AFCONE está a esforçar-se, entre outras coisas, para através de parcerias com os principais intervenientes da indústria, como a Associação Nuclear Mundial, para acelerar urgentemente o processo de implantação de capacidade de energia nuclear em África.”
A União Africana criou a AFCONE em Novembro de 2010, após a entrada em vigor do Tratado Africano da Zona Livre de Armas Nucleares (Tratado de Pelindaba) em Julho de 2009, que exigia que as partes estabelecessem uma comissão com o objetivo de garantir o cumprimento por parte dos Estados. cumprir as suas obrigações decorrentes do tratado e promover a cooperação nuclear pacífica, tanto a nível regional como internacional. A sede da AFCONE fica em Pretória, África do Sul. A AFCONE é financiada por contribuições fixas dos Estados Partes.
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