INDÚSTRIA DO AÇO JÁ OLHA PARA A FONTE NUCLEAR COMO TECNOLOGIA CRUCIAL DENTRO DE SEUS PLANOS DE DESCARBONIZAÇÃO
A Associação Brasileira para Desenvolvimento das Atividades Nucleares (ABDAN) lançou hoje (18) o Programa Nuclear 360°, uma iniciativa que visa demonstrar como a fonte atômica pode ser usada em diversas aplicações, ajudando o planeta na jornada da transição energética. O primeiro evento do programa foi um workshop, realizado nesta manhã no Clube de Engenharia, no Centro do Rio de Janeiro, que tratou da descarbonização da indústria por meio dos reatores modulares pequenos (SMRs, na sigla em inglês). Um dos segmentos industriais que já está estudando essa rota tecnológica é o da siderurgia. A United States Steel Corporation (U.S. Steel), por exemplo, avalia que a indústria do aço mundial precisará investir fortemente em novas fontes de energia que não emitam carbono.
“A energia nuclear que vem de um pequeno reator modular poderia ser vinculado especificamente a uma instalação siderúrgica”, avaliou o Vice-Presidente Sênior da U.S. Steel, Richard Fruehauf (foto abaixo, à direita), durante um dos painéis do workshop da ABDAN. “A necessidade de grandes quantidades de energia sem emissão de carbono é tremenda para toda a indústria siderúrgica e certamente vemos na U.S. Steel a importância da energia nuclear, bem como das renováveis. Acreditamos que existe um papel hoje e amanhã para a fonte nuclear, bem como para energias renováveis, como a solar, a eólica e a hídrica, para complementar e, eventualmente, substituir os combustíveis fósseis”, destacou o executivo.
Já o Vice-Presidente do Conselho Curador da ABDAN, Carlos Leipner, frisou que a fonte nuclear traz muitas vantagens para aplicações industriais, que vão além da geração elétrica. Além de ter um fator de capacidade alto, a nuclear tem uma confiabilidade na entrega de energia, o que é fundamental para os processos industriais. “O setor industrial está buscando cada vez mais caminhos para descarbonizar e vê o setor nuclear como uma alternativa complementar às suas estratégias”, avaliou.
O workshop desta quarta-feira foi realizado em parceria com a Secretaria de Estado de Energia e Economia do Mar (SEENEMAR) do Rio de Janeiro. O líder da pasta, deputado Hugo Leal, também participou do evento e lembrou da importância das usinas nucleares Angra 1 e Angra 2 para o sistema elétrico brasileiro. Além disso, ele ressaltou que a indústria siderúrgica pode ser uma grande utilizadora dos SMRs. O workshop também teve apresentações de representantes das empresas Tractebel Engie, Holtec e Westinghouse, que detalharam aspectos técnicos e vantagens operacionais dos reatores modulares.
O presidente da ABDAN, Celso Cunha (foto principal), lembrou que a indústria ainda é uma grande consumidora de fontes fósseis. Além das indústrias siderúrgicas, ele apontou que os data centers também demandam muita energia. “Hoje, já se ouve falar de data centers com consumo de 300 MW, o que corresponde à capacidade de geração de um modelo de SMR. A ABDAN também vai preparar um debate sobre como os reatores modulares poderão atender a demanda energética desse segmento”, disse. “Esse é o objetivo do Programa Nuclear 360º: lançar um olhar de 360 graus para todas as aplicações possíveis da energia nuclear durante essa jornada de descarbonização da economia mundial”, finalizou.
Assista abaixo à gravação completa do primeiro workshop do Programa Nuclear 360°:
Os americanos ja estao tentando vender mais uma ideia ao brasil,estao desligando na europa querem criar mais um entrave para obaco brasileiro , se nao for descarbonizado nao entra la kkkkkkk.