ABDAN REVELOU OS VENCEDORES DAS OLIMPÍADAS NUCLEARES BRASILEIRAS
A Associação Brasileira para o Desenvolvimento das Atividades Nucleares (ABDAN) anunciou os vencedores do Hackapower, a última etapa das Olimpíadas Nucleares Brasileiras (ONB). O grupo Amaná é o grande vencedor da competição intelectual, com o projeto intitulado “Complexo de Energia Limpa: Inovação Nuclear com o Uso de SMR para Produção de Combustíveis Sintéticos Utilizando Água Salobra e CO2 da Atmosfera”. Nessa proposta, tecnologias inovadoras como a captura de carbono e a co-eletrólise são combinadas com a energia de um reator nuclear modular para gerar combustíveis sintéticos de alta qualidade. Usando água salobra dessalinizada e CO2 capturado diretamente da atmosfera, o complexo de energia demonstra uma produção anual significativa de diesel equivalente, indicando a viabilidade do projeto para o mercado de e-combustíveis.
O grupo vencedor é composto por alunos de diferentes universidades brasileiras: Larissa Pinheiro, do curso de Engenharia Nuclear da COPPE – Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Iago Gomes, do curso de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia Nucleares – Instituto de Engenharia Nuclear (IEN), Isabella Magalhães, do Departamento de Engenharia Nuclear – Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Suelen Oliveira, do curso de Pós-Graduação em Engenharia Nuclear – Instituto Militar de Engenharia (IME) e João Alegrio, da Escola Politécnica – Universidade Federal do Rio de Janeiro.
“O projeto vencedor é um exemplo brilhante de como a criatividade e a inovação podem transformar a indústria nuclear, aproveitando recursos distintos para produzir energia limpa e sustentável. O grupo Amaná exemplifica a criatividade e o compromisso dos jovens talentos em direção a um futuro energético mais limpo”, declarou o presidente da ABDAN, Celso Cunha. Ao todo, o Hackapower contou com a participação de cinco grupos competidores de diversas instituições de ensino em todo o Brasil.
A competição atraiu estudantes de graduação, mestrado e doutorado com um interesse apaixonado pela energia nuclear, cibernética e inteligência artificial aplicadas a essa área. Patricia Wieland, uma das pesquisadoras que faz parte da organização, ressaltou que as Olimpíadas Nucleares Brasileiras produziram muito mais do que futuros líderes para o setor nuclear do Brasil. Segundo ela, a competição abriu caminho para o networking, o fluxo de informações, troca de conhecimento entre alunos e professores de diversas universidades do país com os especialistas da indústria nuclear. Em um contexto mais específico, mas com a necessária visão estratégica.
“Excelentes ideias foram produzidas, pesquisadas e organizadas em forma de artigo científico e foram analisadas por especialistas. Todos os grupos que conseguiram chegar ao final dessa maratona alcançaram pontos elevados. Esperamos que esse seja só o começo de uma plataforma de inovação para indústria nuclear com uma conexão com academia mais intensa e frutífera. Já temos planos para 2024”, afirmou.
A coordenação da ONB também esteve a cargo da engenheira nuclear da Framatome, Eliene Silva, que faz questão de expressar sua satisfação com o resultado da competição: “Estou extremamente orgulhosa de nossa equipe e de todos os envolvidos por demonstrarem que a inovação e a visão podem transformar nossa indústria. É gratificante ver como a próxima geração de talentos em engenharia nuclear está disposta a abraçar desafios complexos. Este projeto vencedor reflete o compromisso e a paixão em fazer a diferença no setor de energia nuclear“.
Para o tema energia, a competição contou com mentoria de Leonam Guimarães (diretor técnico da ABDAN) e Karla Lepetitgaland (Eletronuclear). O júri do tema energia foi composto de Carlos Leipner (Global Nuclear Energy Strategy), Alice Cunha (Westinghouse) e Paulo Berquó Sampaio (Instituto de Engenharia Nuclear).
“Como mentor, fui testemunha da dedicação dos grupos, que demonstraram muita resiliência e determinação. O profissionalismo com que os projetos foram desenvolvidos mostra que eles estão subindo rapidamente degraus dessa árdua escada ne busca da maturidade“, declarou Leonam Guimarães.
“Como mentores do Grupo Energia, procuramos propor um desafio da indústria nuclear atual e bastante realista, que é a expansão da fonte nuclear de forma viável e integrada, tirando proveito de seus atributos ao máximo possível, inovando no modelo de negócio principalmente, atuando na área de energia em sentido amplo. Os SMRs são perfeitos para compor ‘nuclear hubs’ para gerar produtos além da eletricidade, conceito que tem sido explorado em países como os EUA, por exemplo, onde acabaram de anunciar dois hubs de hidrogênio nuclear financiados em grande parte pelo governo. E o Grupo Amaná foi bastante inovador nesse sentido, idealizando um hub capaz de produzir combustível sintético a partir de plantas como hidrogênio, alimentadas por um SMR”, acrescentou Karla Lepetitgaland.
Como parte de sua recompensa, o grupo vencedor, Amaná, será levado ao evento Nuclear Legacy, programado para os dias 7 e 8 de novembro, em Brasília. Lá, eles serão reconhecidos por sua excelência e criatividade, e terão a oportunidade de compartilhar suas ideias com especialistas em energia nuclear de todo o país.
Parabéns a todas e todos!!! Em especial pra Isabella, aluna do Programa de Pós-graduação em Ciências e Técnicas Nucleares da UFMG!!
Parabéns Isabella e todo o grupo. Belo trabalho. O DEN/UFMG está orgulhoso com a sua participação.
Abraço.