DITADOR VENEZUELANO DIZ TER RECEBIDO 95% DO APOIO DO POVO ATRAVÉS DO PLESBICITO DANDO SINAL VERDE PARA INVADIR A GUIANA

A América do Sul está na bica de ver uma guerra entre vizinhos. O resultado do plesbicito na Venezuela, comandado por um ditador temido no país, olhando com ganância para o petróleo do vizinho, mesmo tendo a maior reserva do mundo, não poderia ser diferente. Ao todo, 95% dos que votaram deram sinal verde para a anexação de parte da Guiana pela Venezuela. O resultado mostra que a “população” quer que o governo venezuelano mande tropas militares e invada a Guiana para tomar parte de seu território. Trata-se da região rica que tem uma quantidade de petróleo equivalente a 75% das reservas provadas do Brasil, bem na Margem Equatorial. A corte internacional de Haia, na Holanda, já deu seu parecer. E a razão mostra que ela não está com os venezuelanos. A possibilidade de haver uma guerra nas barbas do Brasil não sensibilizou muito o Presidente Lula, que é amigo pessoal do ditador Nicolás Maduro.

A declaração que deu ainda nos Emirados Árabes, antes de embarcar para Berlim, ficou muito aquém do que se esperava de um líder na América do Sul. Seria preciso uma declaração mais contundente. Firme contra a invasão. Mas Lula disse apenas que espera bom senso na tensão criada envolvendo a Venezuela e a Guiana. “O que a América do Sul não está precisando é de confusão. Não se pode ficar pensando em briga. Espero que o bom senso prevaleça, do lado da Venezuela e do lada Guiana.” Bom senso da Guiana ? Aqui pra nós, o que ela pode fazer se tiver seu território invadido e tomado por forças armadas muito mais fortes do que ela? A Venezuela, desde Hugo Chaves, tem reforçado seu Exército e sua Força Aérea, com equipamentos modernos comprados da Rússia e da China. O Brasil, por sua vez, nem tem mais em Manaus o grupo de caças F5-E, que foram modernizados. As bases agora só em Goiânia, Santa Cruz, no Rio, e no Rio Grande do Sul. Roraima tem um grande território entre a Venezuela e a Guiana. É uma região desprotegida militarmente pelo Brasil.

O Presidente Lula não acredita que a tensão entre os dois países leve a um enfrentamento. “A humanidade deveria ter medo de guerra. Só faz guerra quando falta bom senso. Vale mais a pena uma conversa do que uma guerra. Se tem uma coisa que estamos precisando para crescer e para melhorar a vida do nosso povo é a gente baixar o facho, trabalhar com muita disposição de melhorar a vida do povo, e não ficar pensando em briga, não ficar inventando história”. Os eleitores venezuelanos deram sim no referendo e uma carta branca para o ditador enviar as forças armadas invadir a Guiana, para tomar a região de Essequibo, que pertence à Guiana. O Ministério da Defesa do Brasil ampliou a presença militar na região do território brasileiro perto da fronteira e diz que está acompanhando a evolução do problema. O presidente da Guiana, Irfaan Ali, tem apoio dos Estados Unidos e do Reino Unido para estabelecer bases militares no país. Recentemente, ele foi ao território de Essequibo com militares e esperava receber equipes do Departamento de Defesa na capital do país, Georgetown.

O ministro da Defesa venezuelano, general Vladimir Padrino, fez críticas ao presidente da Guiana: “Com esses estilos e formas de ‘valentão de bairro’, não vamos resolver essa questão. Essa disputa não é assim, não é convocando o Comando Sul (exército dos Estados Unidos) para estabelecer uma base de operações nesse território. Não é  com essa arrogância que se resolve.”

Soldados venezuelanos em exercício na fronteira

Para lembrar, o território de Essequibo, uma área maior que a da muitos países, é disputado pela Venezuela e Guiana há mais de um século. Desde o fim do século 19, está sob controle da Guiana. A região representa 70% do atual território da Guiana e lá moram 125 mil pessoas. Na Venezuela, a área é chamado de Guiana Essequiba. É um local de mata densa e, em 2015, foi descoberto petróleo na região. Estima-se que na Guiana existam reservas de 11 bilhões de barris, sendo que a parte mais significativa é offshore. Por causa do petróleo, a Guiana é o país sul-americano que mais cresce nos últimos anos.

Na cor verde a região que a Venezuela quer anexar ao território dela

Tant a Guiana quanto a Venezuela afirmam ter direito sobre o território com base em documentos internacionais. A Guiana  afirma que é a proprietária do território porque existe um laudo de 1899, feito em Paris, no qual foram estabelecidas as fronteiras atuais. Na época, a Guiana era um território do Reino Unido. Os venezuelanos afirmam que o território é dela porque assim consta em um acordo firmado em 1966 com o próprio Reino Unido, antes da independência de Guiana, no qual o laudo arbitral foi anulado e se estabeleceram bases para uma solução negociada, Mas a corte internacional deu razão à Guiana.