BRASILEIRO CRIA O PRIMEIRO CARRO ELÉTRICO NACIONAL COM DESIGN PRÓPRIO, QUE ENTRARÁ EM TESTES PARA SER VENDIDO AINDA EM 2024 | Petronotícias




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BRASILEIRO CRIA O PRIMEIRO CARRO ELÉTRICO NACIONAL COM DESIGN PRÓPRIO, QUE ENTRARÁ EM TESTES PARA SER VENDIDO AINDA EM 2024

lecarEventualmente o país esbarra como a estória que vamos contar agora. Um menino humilde, que estudou em escola pública e nasceu na pequena cidade de Guaçuí, no interior do Espírito Santo, e nunca teve dúvidas de que seu futuro seria promissor. Flávio Figueiredo Assis promete fazer história ao lançar o primeiro carro elétrico originalmente brasileiro. Mais do que contribuir para a mudança da matriz energética, impactando positivamente o meio ambiente, sua missão é mudar a imagem do Brasil para o mundo. A inspiração é o bilionário norte-americano Elon Musk, que tem uma história semelhante à do empresário. Assis iniciou sua carreira como bancário e pouco tempo depois partiu para o empreendedorismo, com a criação da Financial Contabilidade e se tornou referência em benefícios fiscais, atendendo mais de 400 clientes. Logo depois, fundou a Lecard, uma administradora de cartões PAT (Programa de Alimentação do Trabalhador) que chegou a uma movimentação anual de R$ 1 bilhão, fornecendo para mais de 600 prefeituras e órgãos públicos e mais de 3 mil empresas privadas.

Em 2022, vendeu Lecard com o intuito de acelerar um sonho ainda mais potente: criar a primeira montadora de carros elétricos do Brasil. Em 1993 viu umacarro-grande-prata (1) oportunidade com a lei  que regulamenta a redução de emissões de CO2 de veículos com prazo final em 2027, encerrando a utilização de motores a combustão em veículos automotores fabricados a partir de 2028. De olho nessa oportunidade, deu início à Lecar, uma  planta Industrial em Caxias do Sul, Rio Grande do Sul.  Hoje, a equipe conta com 30 profissionais, muitos deles com passagens importantes por empresas como Gurgel, Troller, JPX, Ford, Toyota, Nissan e Marcopolo. “Além de um projeto que favorece a mobilidade e a sustentabilidade, nosso objetivo é fazer com que o Brasil seja visto de forma valorizada, assim como sempre deveríamos ser vistos. Somos a oitava economia do mundo e ainda não tínhamos nenhuma montadora nacional. Vamos mudar o rumo da história,” disse Assis.  Ele identificou a cidade de Caxias do Sul como o melhor local para montar sua fábrica,  porque vários fornecedores do ecossistema de mobilidade se encontram na região.

CARRO LATERALCerca de 35% das peças do Lecar Model 459, o primeiro veículo da companhia, serão importadas da China. Motores e baterias virão do fabricante chinês Wiston, que fornece também para outras duas gigantes do setor: Volkswagen e Hyundai. O restante será produzido no Brasil. “Nosso país é privilegiado, com matéria-prima apropriada e abundante para a produção de carros 100% elétricos. Temos em nosso país, 97% dos minerais que compõe as células de baterias. Além de sermos autossuficientes, podemos ainda nos tornarmos protagonistas e uma grande referência no mercado global de veículos elétricos, fornecendo automóveis para outros países. Nossos carros vão interessar a quem cuida do meio ambiente também em outros países.”

O carro, cujo protótipo está em desenvolvimento, seguirá no próximo mês  para uma série de homologações em Londres, na Inglaterra, onde será submetido a avaliações de impacto, aerodinâmica e simuladores de segurança. Essa etapa terá duração de até nove meses. Depois disso, o produto entrará em linha de produção, devendo estar disponível ao mercado a partir de dezembro de 2024. O Lecar Model 459 terá um custo de R$ 279 mil e autonomia dedentro3-inteiro 400 km por carga. A carga tributária é de 43%. “Precisamos que o governo se conscientize sobre a importância dos carros elétricos para o Brasil e crie uma política de incentivos a fim de termos preços mais competitivos”, destaca Assis. A empresa também planeja a criação do Lecar POP, uma versão popular e com o uso de baterias e motores elétricos produzidos no Brasil que, com os mesmos incentivos fiscais aos elétricos existentes em diversos países, teria o custo estimado de R$ 100 mil e autonomia de 200 km por carga.

A estimativa é produzir 300 veículos por mês já no primeiro ano de fabricação, gerando 600 empregos diretos e R$ 1 bilhão de faturamento. O foco das vendas será a Grande São Paulo, especialmente entre a capital, Campinas e São José dos Campos, onde a empresa deve investir em uma rede de infraestrutura para recarregamento de bateria. Também está previsto, já para 2025, a criação de uma rede de carregamento próprio ao longo de toda BR 101, com carro-azulcarregadores rápidos disponíveis a cada 150km da rodovia. Até 2030, a empresa espera oferecer cobertura total nas principais rodovias do país. A empresa pretende, ainda, criar um plano de assinaturas, mudando a cultura da posse para a de acesso. “As pessoas não precisam ter um carro, o que elas precisam é de mobilidade”, argumenta. A assinatura base para o plano de locação de 36 meses será oferecida por aproximadamente 3% do valor de venda para uma quilometragem mensal de 1 mil km.

O grande diferencial da Lecar é o de não apenas fabricar um carro elétrico no Brasil, mas desenvolver um produto totalmente pensado para o país. “Tenho um Tesla e, definitivamente, ele não foi estruturado para rodar pelas ruas e estradas brasileiras. Ele sofre a cada buraco. Nosso projeto é de um carro feito para os desafios das estradas do Brasil, com tecnologia de ponta, resistência, prazer na direção e alinhado à necessidade de redução de emissões de CO2, que foi o grande motivador para embarcarmos nesse projeto.”

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Luciano Seixas Chagas
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Luciano Seixas Chagas

Fantástico. Parabéns. Como admirava o Gurgel gosto de brasileiros corajosos e bem brasileiros. Fora complexo de vira-late dê certo ou não o pretendido e já iniciado

Glauco Rômulo
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Glauco Rômulo

Sou de mesma opinião. Temos que criar um suporte financeiro. Qualquer instabilidade, vai funcionar como caderneta de poupança.
Tem que estar intimamente ligado com o ESG.

Rodrigo
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Rodrigo

Torço para que isso dê muito certo, mas que não acabe como a Troller ou a Gurgel. Passou da hora do Brasil ter uma montadora genuinamente brasileira.

Saul Padilha
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Saul Padilha

Parabéns… Que todos fiquem sabendo que o Brasil é um país de gênios.

Leonardo Leal
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Leonardo Leal

Muito bom, parabéns pela coragem e iniciativa, são poucos os empresários do setor privado brasileiro que tem essa ousadia. Infelizmente moramos em país que não incentiva o desenvolvimento da indústria de ponta, de modo que nos acomodamos em ser um mero exportador de commodities. Torço para que dê certo, e que essa atitude sirva de inspiração para que outros investidores acredite no país.

Naldo
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Naldo

Só não vejo competitividade no preço, custo de 279.00, mais impostos e margem de lucro, o preço ultrapassa os 300.000, valor acima dos 296.000 do BYD Seal.

Fabio
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Fabio

Uma correção, ele não eh o primeiro brasileiro lançar carro elétrico conforme informado na reportagem. A Gurgel foi a primeira empresa que lançou o primeiro carro brasileiro elétrico . Mas meus parabéns pela dedicação por fazer outro carro totalmente desenvolvido por brasileiro.

Silvio Nunes
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Silvio Nunes

Não acredito no sucesso, todo tecnologia aqui é fraca.

Flaviano
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Flaviano

E a Embraer? E a Petrobras no pré-sal? E WEGE? Poderia passar o dia aqui citando outras empresas classe mundial.Não sou ufanista mas tb não dá pra negar a realidade.

Eduardo
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Eduardo

Infelizmente o Governo Federal não investe em tecnologia Nacional.Vai terminar falindo igual ao Gurgel.

Cristino
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Cristino

Parabens! Quando houver veículos disponíveis para pcd, com as isenções por certo darei preferência ao carro brasileiro! Parabens!

Cristino
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Cristino

Talvez poderia desenvolver este elétrico tipo flex, para incluir a opção do etanol também. Já temos o hibrido, flex gasolina e etanol, mas elétrico e etanol acho que ainda não há!

Alton
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Alton

Caro Cristino, o que você propõe na verdade é um híbrido com motor a combustão etanol, o que é algo financeiramente inviável para o mercado brasileiro.