A FRANÇA DECIDE AUMENTAR O PLANO DE CONSTRUÇÃO DE NOVAS USINAS NUCLEARES DE SEIS PARA 14. PARLAMENTO DECIDE ESTE MÊS
A escolha da França pela energia nuclear. Os franceses elevaram de seis para 14 o número de usinas nucleares para serem construídas nos próximos anos. A confirmação desta decisão foi da ministra francesa da Energia, Agnès Pannier-Runacher. É uma postura diferente da vizinha Alemanha, que depois do incidente em Fukushima decidiu abandonar a energia nuclear para apostar nas intermitentes solar e eólica. Contudo, a escolha alemã acabou aumentando o preço para os consumidores, especialmente depois do corte do projeto de gás russo da Gazprom via gasoduto Nord Stream, que sofreu um atentado e explodiu no fundo do mar. A construção dos oito reatores extras na França, que até então só eram tratados como opção dentro do governo, vai constar de um projeto de lei a ser debatido pelo parlamento no final deste mês. A União Europeia continua a permitir subsídios estatais para usinas nucleares como parte da reforma planejada do mercado de eletricidade europeu, apesar do voto contrário da Alemanha, que defende incentivos apenas para as energias renováveis.
Foi a saída encontrada para substituir usinas a carvão e reduzir as emissões de carbono. Os franceses querem reduzir o peso dos combustíveis fósseis no consumo de energia, hoje em mais de 60%, para 40% até 2035. O cumprimento dessa meta requer a construção, a partir de 2026, de novas usinas com capacidade total de 13 gigawatts – o equivalente, nas palavras da ministra, ao desempenho de oito reatores do tipo EPR. A medida também seria necessária porque os reatores atuais não durariam para sempre.
O EPR é um reator de água pressurizado de terceira geração desenvolvido pela França, foi projetado para reviver a energia nuclear e oferecer mais potência com maior segurança. Atualmente existem três deles em operação no mundo – um na Finlândia e dois na China. A construção na Finlândia foi problemática, porém, e projetos do tipo em andamento na França e no Reino Unido sofreram com atrasos e alta significativamente de custos. Na França, o primeiro reator EPR, em Flamanville, deve estar conectado à rede de energia para os primeiros testes na metade de 2024, segundo a estatal francesa de energia EDF. Se as decisões forem determinadas, terão se passados 17 anos entre a construção e a operação, com os custos da obra quadruplicando neste período, chegando a 12,7 bilhões de euros. A partir daí, a grande chave será o fornecimento de urânio para ser transformado em combustível. A França perdeu recentemente o seu maior fornecedor, o Niger, na África (foto ao lado), que sofreu um golpe de Estado realizado pelos militares dado o alto nível de corrupção no país. As tropas francesas chegaram a estar de prontidão, mas não houve uma interferência tão acintosa.
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