ENAUTA PROJETA CONCLUIR NOVO SISTEMA DE ATLANTA COM MENORES CUSTOS E ESPERA VIVER ANO DE TRANSFORMAÇÃO EM 2024
Depois de movimentar o mercado no final de 2023 com o anúncio de novas aquisições, a Enauta entrou em 2024 com a expectativa de viver um ano de transformações. É o que afirma o diretor de operações da companhia, Carlos Mastrangelo, nosso entrevistado desta terça-feira (23). O executivo cita alguns dos marcos operacionais importantes alcançados ao longo do ano passado, com destaque para a perfuração de três novos poços no campo de Atlanta, na Bacia de Santos. Para além disso, Mastrangelo cita também as reduções de custos durante a implantação do Sistema de Produção Definitivo de Atlanta. “Posso adiantar até que, com as muitas ações de otimizações e um acompanhamento proativo primando pela qualidade, permito-me antecipar que devemos concluir o projeto com seus custos abaixo dos originalmente aprovados quando da sua sanção”, contou. O novo sistema deve entrar em operação no mês de agosto. Por fim, o executivo detalhou as aquisições feitas pela empresa no final de 2023, que incluem a compra de 100% dos campos de Uruguá e Tambaú, na Bacia de Santos, e de 23% na área de Parque das Conchas, na Bacia de Campos. “As novas aquisições trazem muitas oportunidades de sinergia e otimização dos custos e recursos operacionais que estamos focados em atingir. Enfim, acredito que 2024 será realmente o ano da transformação da Enauta”, declarou.
Para começar, pode fazer um rápido balanço da Enauta no ano de 2023?
2023 foi o ano que fincamos todas as fundações para a transformação da Enauta. Será o nosso turning point.
Tivemos alguns marcos muito significativos que atingimos com 100% de sucesso. Eu os considero como benchmarking mundial. Perfuramos e completamos três novos poços no BS-4, no Campo de Atlanta, todos dentro do prazo e do custo previsto, incluindo até performances de descida de árvore de natal submarina que a Onesubsea considera recorde para este tipo de operação em águas profundas.
E mais: fizemos um remanejamento e interligação de linhas submarinas de forma muito eficiente, utilizando a própria sonda. Isso nos permitiu entrar com o poço novo no FPSO Petrojarl I sem nenhum downtime entre a perfuração e a interligação, nos trazendo uma grande redução dos custos originalmente previstos.
Vale lembrar que no ano de 2023 vivenciamos forte aquecimento do mercado de Upstream, com a sua consequente elevação dos preços praticados. Mesmo assim, com diversas ações implementadas, conseguimos manter nossos custos operacionais recorrentes, incluindo o afretamento, com uma redução de 20% sobre os preços praticados quando decidimos seguir em frente com Sistema Definitivo de Atlanta. Quando desconsiderado o afretamento, a redução chega a 35%.
E o time que temos na Enauta mostrou sua garra e capacidade de superação. Quando tivemos problemas em um elemento crítico na bomba submarina [do FPSO Petrojarl I], conseguimos implementar uma redução de 75% do tempo usual de reparo deste tipo de equipamento, isto por si só merece destaque pela capacidade de reação e recuperação.
2023 também nos trouxe muitos avanços em governança, com uma forte renovação e diversificação em nosso Conselho de Administração.
Aproveitando que o senhor mencionou Atlanta, poderia mencionar como está o desenvolvimento do Sistema Definitivo do campo?
Outro marco muito relevante, que acredito se aproximar de benchmarking mundial, foi nos manter 100% dentro da previsão física do projeto [de Atlanta], atingindo 85% de conclusão e tornando ainda mais robusta nossa previsão do primeiro óleo do Sistema Definitivo até agosto de 2024. Note que essa data foi estabelecida ainda na fase inicial do projeto, em fevereiro de 2021, antes mesmo de comerçamos o processo de especificação e licitação. De lá para cá, já passamos por muitas etapas críticas, licitações e FIDs – todos sem nenhum desvio.
Posso adiantar até que, com as muitas ações de otimizações e um acompanhamento proativo primando pela qualidade, permito-me antecipar que devemos concluir o projeto com seus custos abaixo dos originalmente aprovados quando da sua sanção.
Olhando para além do campo de Atlanta, quais são os planos da Enauta para ampliar seu portfólio?
Aprovamos o início do projeto conceitual para o desenvolvimento do campo de Oliva, para instalação de um sistema de produção antecipada, com a previsão de sanção no final de 2024 e seu primeiro óleo em 2027. E isso em paralelo ao projeto conceitual para o desenvolvimento da fase 2 de Atlanta.
E para encerrar o ano de 2023 com chave de ouro, fechamos importantes aquisições objetivando sinergias operacionais, diversificação e eficiência na alocação de recursos e de capital. São elas: a participação de 100% dos campos de Uruguá e Tambaú, na Bacia de Santos, bem como a infraestrutura de escoamento e o FPSO Cidade de Santos; e também os 23% do bloco BC-10 com os campos de Abalone, Ostra e Argonauta, que integram o Parque das Conchas, na Bacia de Campos.
Sem dúvida nenhuma, todas estas realizações serão nossas engrenagens do crescimento ao longo de 2024.
Eu posso afirmar, sem sombra de dúvida, que feitos como esses em apenas um ano demonstram duas coisas. Em primeiro, temos um time ao qual agradeço muito pela sua grande competência e comprometimento. Em segundo, os nossos parceiros e fornecedores são grandes forças que, juntos, foram responsáveis para realizar o que considero ter sido o alicerce do nosso crescimento.
Diante de todos esses movimentos recentes, quais são as suas perspectivas para o ano de 2024?
Quando observamos o cenário global do preço do petróleo, na minha avaliação, estamos tendo a confirmação da era da volatilidade. Tem menos gente acreditando que o petróleo vai ficar barato e mais gente apostando que ele ficará num preço acima de US$ 70. A prova disso são as transações recentes que envolveram grandes empresas do setor, além da consolidação do shale. Para mim, isso indica confiança de que a demanda continuará existindo por um bom tempo e um conforto com o nível de preço.
Quando o assunto é a Enauta, como disse anteriormente, temos tudo para seguir com a nossa transformação em 2024. Não só a entrada em operação do Sistema Definitivo de Atlanta até agosto, como também a sanção do projeto de desenvolvimento do campo de Oliva, seguindo em frente com as demais fases de Atlanta. Teremos ainda a entrada em nosso portfólio do bloco BS-500A, com seus campos de Uruguá e Tambaú, e a parceria no projeto do BC-10 operado pela Shell, onde já existe um FPSO em operação no campo, fortalecendo e dando sequência à nossa fase de expansão da empresa.
As novas aquisições trazem muitas oportunidades de sinergia e otimização dos custos e recursos operacionais que estamos focados em atingir. Enfim, acredito que 2024 será realmente o ano da transformação da Enauta.
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