JÁ USANDO SUAS RESERVAS POR NÃO RECEBER PETRÓLEO, A EUROPA VIVE UMA DAS PIORES CRISES DA HISTÓRIA COM SEUS AGRICULTORES | Petronotícias




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JÁ USANDO SUAS RESERVAS POR NÃO RECEBER PETRÓLEO, A EUROPA VIVE UMA DAS PIORES CRISES DA HISTÓRIA COM SEUS AGRICULTORES

macronJá sentindo a dificuldade de abastecimento de petróleo pela crise no Mar Vermelho e os ataques dos terroristas Houthis apoiados pelo Irã, a Europa já começa a gastar suas reservas. A tendência é a crise agravar-se, apesar da coalizão estar intervindo para tentar dar um fim aos ataques. Mas as coisas parecem não se acalmarem pelo avanço do fornecimento de armamentos iranianos. Além deste problema, a Europa luta contra os seus agricultores há duas semanas. Cidades vivem um caos com as interrupções de suas principais estradas, especialmente na França, onde o presidente Emmanuel Macron está acuado. Agricultores com seus tratores e caminhões cercam Paris. Caminhões de abastecimento de todos os produtos agrícolas de outros países vindo de outros países, estão sendo parados e saqueados e suas mercadorias doadas à instituições de caridade. Oito autoestradas  de acesso à Paris e à Bruxelas, na Bélgica, que também têm protestos contra o governo, estão interrompidas. Macroncaminhões promete uma resposta hoje depois de uma reunião de emergência na  comunidade europeia. Até o fim do acordo com o Mercosul corre risco.

Os agricultores franceses entraram na segunda semana de protestos. O governo está desdobrando-se em iniciativas para diminuir a fúria de um setor em crise, o que inclui um encontro do presidente Emmanuel Macron com a presidente da Comissão Europeia Ursula von der Leyen sobre o tema, à margem da próxima cimeira europeia, daqui a dois dias (1º), e estradaspromete  novas medidas para anunciar hoje (30) pelo primeiro-ministro Gabriel Attal. O protesto dos agricultores começou no sudoeste, mas tornou-se num movimento nacional que está  estrangulando as entradas de Paris, bem como o mercado de Rungis, considerado o maior do mundo, além de ações locais como, por exemplo, o bloqueio do porto de La Pallice (oeste), ponto vital de transporte de cereais, e uma fábrica de manteiga do grupo Lactalis no departamento da Mancha (noroeste).

Depois de a federação de sindicatos do setor agrícola (FNSEA) e o sindicato dos jovens agricultores (CNJA) terem anunciadosoldadop tanque um “cerco” por tempo indeterminado a Paris, centenas de tratores e de outros veículos ficaram parados em oito autoestradas e numa estrada nacional, o que levou a mais de cem quilômetros de engarrafamento. Um caos. Na autoestrada A4, os manifestantes estão usando seus caminhões frigoríficos, geradores, reservatórios de água e WC portáteis, o que lhes permitirá uma mobilização de pelo menos três dias.

" NOSSO FIM SERÁ VOSSA FOME"

NOSSO FIM SERÁ VOSSA FOME”

O ponto que poderá vir a ser o de maior tensão fica a  40 quilômetros a oeste, entre o aeroporto de Orly e a capital, o mercado  de Rungis,  destino previsto de dezenas de tratores entre esta noite de terça-feira e a manhã de quarta-feira (31). O centro alimentar da capital – em especial frutas e legumes -, que em 2022 teve um volume de negócios de 10 mil milhões de euros, está protegido por veículos blindados.

Depois do movimento dos coletes amarelos, o presidente Emmanuel Macron não estará interessado em mais um braço-de-ferro que ameace a paz social, em especial a seis meses do início dos Jogos Olímpicos. Gabriel Attal (foto à direita) tentou desinflar a crise na sexta-feira passada, ao ceder em alguns pontos do caderno reivindicativo dos agricultores: fim do aumento da taxa do gasóleo agrícola, medidas de simplificação burocrática e o respeito, por parte dos grupos industriais e de distribuição, da lei Egalim. Esta lei (na realidade, são três) visa oferecer aos agricultores um rendimento estável e que tenham poder nas negociações, mas estes queixam-se de que a lei não é aplicada e não só no que se refere aos termos da compra e venda. Poattalr exemplo, desde 2022 que as cantinas do Estado deveriam ter pelo menos 20% de alimentos biológicos, mas está cifra está em 6%.

Attal recebeu na noite desta  segunda-feira (29) os representantes dos sindicatos que se dizem insatisfeitos com as “pequenas medidas” do governo: querem o fim da “concorrência desleal” oriunda da Ucrânia, cuja produção está isenta de taxas tratoresalfandegárias e não observa as mesmas regulamentações, e temem que o acordo de livre comércio com o Mercosul seja a machadada final num setor em perda: entre 2010 e 2020 encerraram 21% de explorações agrícolas; metade dos 400 mil trabalhadores pode sair a partir de 2026 para a aposentadoria, segundo dados recolhidos num recenseamento de 2020. E os jovens não querem tomar o lugar dos mais velhos, isto porque “ganhariam menos do que como empregados num restaurante.” Alguns sindicatos exigem ainda o fim da obrigação, imposta pela UE, da reserva de 4% de terras aráveis.

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