O ALMIRANTE DA MARINHA BRASILEIRA COMANDANDO AS FORÇAS DE COALIZÃO NO MAR VERMELHO ENFRENTA O PRIMEIRO GRANDE DESAFIO

Pelo jeito, o Almirante brasileiro Antonio Braz de Souza, que assumiu o comando das forças de coalizão reunindo 16 países para combater os terroristas Houthis, do Iêmen, apoiados pelo Irã, não vai ter sossego. Logo em seus primeiros dias à frente das operações militares, principalmente no Mar Vermelho, está enfrentando um novo ataque de mísseis antinavios lançados pelos terroristas iemenitas. O líder dos Houthis, Abdul Malik al-Houthi, disse nesta terça-feira (6) que o grupo “aumentará ainda mais os ataques” se Israel não sair de Gaza. Os terroristas têm como alvo navios comerciais com drones e mísseis no Mar Vermelho desde meados de novembro, no que descrevem como atos de solidariedade com os palestinianos na guerra Israel-Hamas em Gaza. O Exército de Israel, que continua sua ofensiva, disse hoje que em cada casa que os soldados entram encontram um túnel dos terroristas  com depósito de armas do Hamas. Por isso, acredita, que a campanha será muito difícil e sem prazo para terminar.

Os terroristas iemenitas  dispararam mísseis contra dois navios no Mar Vermelho, causando pequenos danos a um navio de carga que navegava ao largo da costa de Hodeidah, no Iêmen. O porta-voz militar do grupo disse que disparou mísseis navais contra o navio  Morning Tide e o Star Nasia, identificando os navios de bandeira de Barbados e das Ilhas Marshall, respectivamente, como britânicos e americanos. A empresa britânica de segurança marítima Ambrey,  disse que um navio de carga geral com bandeira de Barbados, de propriedade de uma empresa britânica, sofreu danos causados por um veículo aéreo não tripulado (VANT) enquanto navegava para sudeste através do Mar Vermelho. Nenhum ferimento foi relatado.

O navio realizou manobras evasivas e continuou sua viagem, disse a Ambrey. A Furadino Shipping, proprietária de um segundo navio, chamado Morning Tide, disse que o navio navegava sem problemas, mas não deu mais informações. A agência de Operações de Comércio Marítimo do Reino Unido (UKMTO) disse pouco depois da meia-noite GMT de terça-feira que recebeu um relato de um projétil disparado contra bombordo de um navio localizado a 57 milhas náuticas a oeste de Hodeidah e que uma pequena embarcação foi vista nas proximidades. O projétil passou por cima do convés e causou ligeiros danos nas janelas da ponte, mas a embarcação e a tripulação estavam seguras e prosseguiram na passagem planeada, acrescentou o UKMTO.

Os dados de rastreamento de navios do LSEG mostraram que o Morning Tide estava navegando pelo Mar Vermelho, passando pelo Canal de Suez na sexta-feira (2). O seu sinal mais recente mostra-o a sair do Mar Vermelho através do Estreito de Bab al-Mandab. Os ataques no Mar Vermelho perturbaram o transporte marítimo global e forçaram as empresas a reencaminhar para viagens mais longas e mais caras em torno da África Austral e alimentaram receios de que a guerra Israel-Hamas possa alastrar-se e desestabilizar todo o Médio Oriente.

Os Estados Unidos e a Grã-Bretanha começaram há um mês a atacar alvos Houthi no Iêmen em retaliação aos ataques aos navios do Mar Vermelho. As forças de coalização realizaram ontem (5) um novo ataque no aeroporto e em mais 25 alvos, inclusive subterrâneo, onde os terroristas guardavam armamentos. Caças ingleses acabam de destruir o principal porto do país, causando um duro golpe para os terroristas do Iêmen.