MERCADO DE DEFESA TEME APREENSIVO QUE AGRAVAMENTO DAS RELAÇÕES COM ISRAEL POSSA ROMPER ACORDOS COMERCIAIS COM O BRASIL

Depois que o ministério da Defesa do Chile anunciou a decisão do governo esquerdista de Gabriel Boric de excluir as empresas israelenses da feira aeroespacial e de defesa da América Latina, e também depois do informe da Colômbia, outro governo de esquerda, que suspendeu todas as compras de armas de Israel, criou-se um clima temeroso no mercado brasileiro de que o país vá pelo mesmo caminho. A desastrada política de acusar Israel feita por Lula, que ganhou até elogios dos terroristas do Hamas, apoiados pelo Irã e pela Coreia do Norte, pode aumentar o risco dessa relação diplomática com Israel piorar, chegando ao ápice de uma suspensão comercial, o que seria ainda pior para o Brasil, principalmente para a nossa indústria de defesa e as nossas Forças Armadas. As empresas do mercado de defesa no Brasil vivem essa expectativa, embora o mercado não acredite que o governo Lula repetirá essa decisão. Diferentemente dos mercados do Chile e da Colômbia, que  compram todo material bélico já pronto, por não ter uma indústria de apoio em seus países, o Brasil vive uma realidade diferente. Nós temos uma economia de defesa com empresas brasileiras; temos empresas nacionais que recebem material do exterior e empresas internacionais que recebem material também do exterior; e empresas internacionais que atuam fortemente no Brasil.

No setor de Defesa, as empresas israelenses fornecem equipamentos e componentes estratégicos para as nossas polícias civil e militares, sejam armas, equipamentos de combate e de inteligência. Para as nossas forças armadas, a mesma coisa. São mísseis, armamentos, componentes de cyber defesa, aviônicos para os nossos caças, para os aviões da Embraer, etc. Conheça agora um pouco das empresas israelenses que atuam no Brasil e que fornecem material para algumas empresas brasileiras, num sistema todo interligado por uma cadeia de fornecedores que nenhum elemento pode se romper.

Vamos começar pela Rafael Stefannini: empresa líder em Serviços de Segurança Gerenciados, parte do sistema de cibersegurança do Grupo Stefanini. Tem cerca de 800 especialistas atuando em vários países enfrentando os desafios dos negócios de cada sociedade e desenhando soluções para desenvolver estratégias de segurança. Cerca de 100 só no Brasil.Tem um amplo portfólio de soluções personalizadas de acordo com a complexidade do seu negócio – de ambientes IT a infraestruturas críticas. É conhecida por enfrentar o panorama cibernético que se apresenta. Com presença global, tem Delivery Centers de Segurança espalhados pelo mundo: Brasil, Peru, Romênia, Estados Unidos, Filipinas e Índia. No Brasil, possui o selo de Empresa Estratégica de Defesa (EED) e Produto Estratégico de Defesa (PED), ambos emitidos pelo Ministério da Defesa brasileiro. O seu CEO é Leidivino Natal da Silva. Atualmente, a empresa está dividida em três áreas: Cyber Defense, Cyber Communication e Security & Intelligence. Conta em seu portfólio com ofertas avançadas de inteligência para lidar com o desafio de explorar grandes volumes de dados, além de sistemas avançados de monitoramento de imagens digitais em vários setores: agronegócio, monitoramento de barragens, gasodutos, setor elétrico e linhas de transmissão.

A segunda empresa é a AEL Sistemas, subsidiária da gigante Elbit. É uma companhia brasileira com fornecimentos ao mercado internacional de alta tecnologia.  Envolvida em uma ampla gama de programas em todo o mundo, principalmente nas áreas de defesa e segurança interna. Desenvolve e fornece um amplo portfólio de sistemas e produtos aerotransportados, terrestres e navais para defesa, segurança interna e aplicações comerciais. Seus sistemas e produtos são instalados em plataformas e também realiza programas abrangentes de modernização de plataformas. Além disso, oferecem uma variedade de serviços de treinamento e suporte. Suas principais atividades incluem: aeronaves militares e sistemas de helicópteros; sistemas e aeroestruturas de aviação comercial; sistemas de aeronaves não tripuladas (UAS); sistemas eletro-ópticos, de visão noturna e de contramedidas; sistemas navais; sistemas de veículos terrestres; munições; comando, controle, comunicações, informática, inteligência, vigilância e reconhecimento (C4ISR) e sistemas cibernéticos; sistemas de guerra eletrônica e inteligência de sinais; e outras atividades comerciais.  Muitas destas atividades principais têm uma série de elementos comuns e relacionados, incluindo tecnologias e produtos comuns, tipos de programas e interface com o cliente. Portanto, algumas de suas subsidiárias, divisões ou outras unidades operacionais, muitas vezes conduzem em conjunto marketing, pesquisa e desenvolvimento, fabricação, desempenho de programas, vendas e suporte pós-venda entre essas atividades principais.

O primeiro argumento de venda da estatal israelense IAI é coragem para enfrentar rapidamente a rápida evolução do conhecimento no mundo, onde os adversários desafiam constantemente a defesa nacional. Neste contexto, a empresa se diz uma aliada experiente e habilidosa. “Um parceiro confiável, corajoso e inovador para oferecer os recursos que você precisa e pode pagar. Essa é a IAI,  Onde a coragem encontra a tecnologia.” Uma das líderes nos  mercados de defesa, aeroespacial e comercial, a IAI aproveita tecnologia de ponta e décadas de experiência  em combate, fornecendo soluções para os desafios nacionais de defesa e segurança. A israelense IAI atua como contratante principal, subcontratado e membro de equipe em dezenas de grandes programas para os domínios aeroespacial, terrestre, marítimo e cibernético e aplicações multidomínios. A empresa oferece um vasto portfólio produzindo defesa aérea e antimísseis, sistemas aéreos não tripulados (UAS), robótica terrestre, armas guiadas com precisão e munições ociosas; aeronaves para missões especiais, moderniza aeronaves militares, como os caças F-5 do Brasil,  e helicópteros;   convertem jatos de passageiros em aeronaves de carga,  por meio de modificação, conversão e integração de sistemas. A experiência em tecnologia da IAI,  inclui sistemas e soluções, desde satélites e radares de reconhecimento até todos os aspectos de comando, controle e comunicações, computação e sistemas cibernéticos, de inteligência, vigilância e reconhecimento.

A Elbit é gigante. É  uma empresa internacional de alta tecnologia envolvida em uma ampla gama de programas em todo o mundo, principalmente nas áreas de defesa e segurança interna. Desenvolvem e fornecem um amplo portfólio de sistemas e produtos aerotransportados, terrestres e navais para defesa, segurança interna e aplicações comerciais. Os principais fornecimentos da companhia são aeronaves militares e sistemas de helicópteros; sistemas e aeroestruturas de aviação comercial; sistemas de aeronaves não tripuladas (UAS); sistemas eletro-ópticos, de visão noturna e de contramedidas; sistemas navais; sistemas de veículos terrestres. Segundo a empresa,  apesar do impacto da pandemia de Covid-19 nas prioridades governamentais em todo o mundo, incluindo um abrandamento no mercado da aviação comercial, os orçamentos para a defesa e a segurança interna permaneceram relativamente estáveis na maioria dos nossos mercados nos últimos anos.

 O conflito entre a Rússia e a Ucrânia resultou em apelos ao aumento dos orçamentos de defesa na Europa e em outros lugares, ao mesmo tempo que aumentou a instabilidade na economia global. A natureza dos requisitos militares e de segurança interna nos últimos anos, incluindo conflitos de baixa intensidade e atividades terroristas em curso, tensões com países como o Irã, os terroristas do Hamas, Hezbbolla, Houthis,  bem como um maior foco em forças mais enxutas, mas tecnicamente mais avançadas, resultou num aumento da procura de soluções tecnológicas que incorporar a transformação digital, incluindo Inteligência Artificial, análise de Big Data, Robótica, Automação e garantia de informação. Também tem havido uma procura contínua nas áreas de sistemas C4ISR, sistemas de defesa cibernética, sistemas operacionais e de informação centrados em redes, sistemas de recolha de informações, sistemas de segurança de fronteiras e perímetros, sistemas de aeronaves não tripuladas, embarcações de superfície não tripuladas, sistemas de controlo remoto, munições de precisão, sistemas de sobrevivência de veículos e proteção de força, sistemas de inteligência de sinais (SIGINT) e de guerra eletrônica (EW), capacidades de defesa espaciais e baseadas em satélites e soluções de segurança interna. Além disso, existe uma procura contínua de apoio logístico e serviços de formação e simulação com boa relação custo-eficácia. Ao atualizar as plataformas existentes com tecnologias avançadas, a empresa passou a oferecer aos seus clientes, incluindo o Brasil,  soluções econômicas, e os clientes são capazes de melhorar suas capacidades tecnológicas e operacionais com orçamentos limitados.