EXXONMOBIL INICIA ARBITRAGEM EM MEIO À DISPUTA COM A CHEVRON POR FATIA EM MEGABLOCO DE PETRÓLEO NA GUIANA
Uma briga de titãs. A petroleira americana ExxonMobil entrou com pedido de arbitragem na Câmara de Comércio Internacional em Paris em meio a uma disputa com a compatriota Chevron por uma fatia de um megabloco de petróleo na costa da Guiana. A questão envolve o bloco offshore Stabroek, cujas reservas provadas estão avaliadas em mais de 11 bilhões de barris de petróleo.
A Exxon é a operadora do bloco, com 45% de participação, em parceria com a Hess (30%) e CNOOC (30%). O clima fechou quando a Chevron entrou em campo e anunciou, em outubro do ano passado, a compra da Hess por US$ 53 bilhões. O negócio ainda está na fase de fechamento. Acontece que a rival Exxon quer garantir o direito de comprar a participação da Hess no bloco antes de a Chevron concluir, de fato, a aquisição da petroleira.
Nesse sentido, o vice-presidente sênior da Exxon Neil Chapman (foto) revelou que a companhia abriu um processo de arbitragem na Câmara de Comércio Internacional em Paris para fazer valer o seu direito de preferência sobre a participação da Hess no bloco Stabroek. A Exxon também sinalizou que poderia fazer uma contraproposta pelos ativos. “Estamos absolutamente confiantes de que, dentro deste contrato, temos direitos de preferência e entramos com um pedido de arbitragem para garantir que podemos garantir esses direitos de preferência”, disse Chapman. Existe ainda alegação de que uma cláusula no contrato do bloco autoriza bloquear a transferência de controle e exercer o direito de preferência em caso de venda do ativo ou mudança de um dos sócios.
Existe uma preocupação no mercado de que essa investida da Exxon sobre o bloco na Guiana possa inviabilizar o fechamento da operação da Chevron e Hess. Ainda assim, a Chevron disse nesta semana que está “totalmente comprometida” com o acordo de Hess e confiante em sua posição. “Estamos ansiosos para fechar a transação nos termos que concordamos”. No entanto, na semana passada, a petroleira americana afirmou que não acreditava no direito de preferência aplicado neste caso, mas alertou que se um processo de arbitragem decidisse o contrário, o negócio não seria fechado.
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