PETROBRÁS VAI USAR NOVOS MATERIAIS NA PRODUÇÃO DE PETRÓLEO USANDO AS PESQUISAS DA EMBRAPII E UNIVERSIDADE DE SÃO CARLOS
A Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) apresentou seu mais recente projeto desenvolvido pela parceria entre a unidade Embrapii-UFSCar-Materiais e a Petrobrás: “Fragilização Hidrogênio Titânio”. O projeto teve início em janeiro deste ano, no Departamento de Engenharia de Materiais (DEMa) da UFSCar. Claudemiro Bolfarini, docente do DEMa e coordenador do projeto, relata que o trabalho envolve a introdução de tubulações de ligas de titânio em plataformas de petróleo marítimas. “Trata-se da aplicação desta família de ligas em um novo ambiente, demandando maior conhecimento tecnológico na área de integridade estrutural, tornando-se muito importante conhecer os limites de utilização do material.” , explica o docente. Além da realização de diversos testes, é preciso ter conhecimento de ciência básica e compreender o que acontece com o material em ambiente extremo, como na transição entre os tubos de aço rígidos e as tubulações de chegada já fixas na plataforma. “A partir disso, poderemos indicar a utilização, ou não, do material e em quais condições, visando à segurança para a Petrobras na introdução das ligas de titânio nos seus projetos“, complementa Bolfarini.
Marcelo Torres Piza Paes (foto à direita), consultor sênior da Petrobrás nas áreas de Metalurgia e Soldagem, aponta que o objetivo maior desta iniciativa junto à Embrapii-UFSCar é aprofundar o conhecimento sobre as ligas de titânio, ainda pouco usadas na área offshore expostas à água do mar e sujeitas à hidrogenação pelo sistema de proteção catódica de plataformas tipo FPSO em que é necessário o uso de materiais de alta resistência à corrosão, fadiga e à fragilização pelo hidrogênio. “As ligas de titânio poderão se tornar componentes importantes para tubulações que produzem petróleo e a integridade estrutural desse material é fundamental. Portanto, iniciar o estudo para compreender os limites destas ligas de titânio é importante para embasar nossas decisões ao longo do tempo e poder usar essas ligas como uma nova alternativa para a Companhia“, expõe Piza.
Luiz Fernando Paulillo (foto à esquerda), diretor do Centro de Ciências de Exatas e de Tecnologia (CCET) da UFSCar, ao qual está vinculada a unidade Embrapii-UFSCar, reconhece a importância desse primeiro projeto de alta complexidade entre a Embrapii e Petrobrás. “Esta iniciativa de grande envergadura mostra a consolidação da Embrapii-UFSCar, que já trouxe projetos importantes de inovação incremental ou disruptiva. Nossa Unidade é reconhecidamente sólida por se aproximar do que está sendo aplicado no ensino na área de Exatas, sempre associando bolsistas em projetos de modernização dos nossos cursos, de pesquisa e vinculados a projetos de tecnologia. Isso é um caso robusto, isso é Embrapii-UFSCar.“
O coordenador de projetos da Embrapii-UFSCar, professor Ernesto Chaves Pereira (foto à direita), destaca o ganho para a formação dos estudantes da Universidade que estão integrados ao projeto da Petrobras, assim como em outros trabalhos realizados pela Unidade. “Nossos projetos têm, no mínimo, quatro estudantes da Instituição, seja de graduação, pós-graduação ou pós-doc. Eles estão na fronteira do conhecimento, tendo contato com a realidade da profissão. Isso desenvolve qualidade técnica e diferentes habilidades que aumentam a produtividade do trabalho dos nossos estudantes nas empresas parceiras“, pontua Pereira.
Ana Beatriz de Oliveira (foto à esquerda), Reitora da UFSCar, participou do evento e reforçou a importância desse projeto para o exercício da missão da Universidade. “Por meio de projetos como este, exercemos a produção do conhecimento, a formação de pessoas e a aproximação de cenários reais. Tenho orgulho de representar essa Instituição, que tem importante participação social nos setores público e privado, e destaco a Embrapii na concretização de projetos em diferentes áreas e com diferentes parceiros”, concluiu.
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