TAXAS DIÁRIAS DISPARARAM E PETROLEIRAS PASSAM A ADQUIRIR PARTICIPAÇÃO EM SONDAS DE PERFURAÇÃO PARA REDUZIR DESPESAS | Petronotícias




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TAXAS DIÁRIAS DISPARARAM E PETROLEIRAS PASSAM A ADQUIRIR PARTICIPAÇÃO EM SONDAS DE PERFURAÇÃO PARA REDUZIR DESPESAS

teresa-wilkie-image-credit-westwood-130939O preço para afretar uma plataforma offshore atingiu o maior patamar em nove anos no ano passado, com sondas auto-elevatórias, semissubmersíveis e navios-sonda custando em média US$ 118.000, US$ 368.000 e US$ 419.000 por dia, respectivamente (em 31 de dezembro de 2023). Esses números representam um aumento geral de 54% nas tarifas diárias em comparação com 2021, segundo levantamento da Westwood. Essa rápida taxa de inflação de custos – desencadeada pela maior demanda global por plataformas, aumento da utilização e disponibilidade mais restrita – recentemente se tornou um fator na desaceleração da atividade de contratação, à medida que os operadores avaliam suas provisões de plataformas atuais e procuram maneiras de manter os projetos futuros econômicos, além de serem extremamente cuidadosos na seleção da plataforma correta, especialmente para campanhas de longo prazo.

Uma solução potencial, segundo a Westwood, é adquirir uma participação majoritária em uma sonda, como demonstrado por um acordo recentemente fechado entre a TotalEnergies e a Vantage Drilling. Especificamente, o navio-sonda de sétima geração de ultra-profundidade Tungsten Explorer, para o qual o operador francês comprará uma participação de 75% por meio da criação de uma nova joint venture (JV) com a empresa de perfuração, que manterá os 25% restantes no navio construído em 2013. Como parte do acordo, a TotalEnergies pagará US$ 199 milhões e a Vantage continuará a gerenciar a plataforma por 10 anos.

Patrick PouyanneO presidente e CEO da TotalEnergies, Patrick Pouyanne (foto à direita), afirmou que o acordo foi feito para ajudar a controlar os custos à medida que as tarifas diárias das plataformas continuam a subir. O operador também comentou que a tarifa diária efetiva para a plataforma será “muito menor do que US$400.000“, que é em torno do preço médio atual por dia para uma plataforma desse calibre. Pouyanne também afirmou que a JV fornecerá “valor e flexibilidade” e insinuou que mais acordos semelhantes podem ser esperados da empresa no futuro.

Em junho do ano passado, a TotalEnergies emitiu uma licitação em busca de dois navios-sonda de ultra-profundidade por até 10 anos cada, com uma plataforma a ser colocada exclusivamente offshore de Angola, enquanto a outra unidade se moveria entre vários países, incluindo Angola, Moçambique, Namíbia e Suriname, cobrindo atividades de exploração e desenvolvimento. Com o primeiro acordo concedido, rumores abundam de que um acordo de propriedade semelhante poderia ser feito para a segunda exigência do operador.

sondaEmbora o acordo seja certamente único, esta não é a primeira vez que um operador opta por comprar ou pelo menos adquirir uma participação parcial em uma plataforma offshore na tentativa de controlar custos e disponibilidade. Na verdade, a propriedade conjunta de plataformas entre empresas de perfuração e companhias de petróleo remonta aos anos 1970, mas as empresas de petróleo eventualmente decidiram que não queriam estar no negócio de propriedade de plataformas e a maioria das parcerias foi dissolvida”, disse a diretora da Westwood Teresa Wilkie.

Alguns dos exemplos mais recentes incluem a JV entre a empresa nacional brasileira de petróleo (NOC) Petrobrás e a Mitsui – P&M Drilling International, que é proprietária do navio-sonda de ultra-profundidade Petrobras 10000. A Transocean gerencia a plataforma, que trabalha para a Petrobrás desde sua entrega em 2009, e tem um acordo com a P&M para adquirir a plataforma sob um contrato de arrendamento de capital de 20 anos. Além da Petrobrás, há outras petroleiras estatais que possuem frotas à sua disposição. A ONGC é um bom exemplo, pois atualmente possui e opera seis sondas auto-elevatórias e dois navios-sonda, além dos 34 navios-sonda que aluga de outros proprietários de plataformas.

Não é surpreendente neste ciclo de mercado atual que alguns operadores estejam considerando maneiras “fora da caixa” de manter os custos de plataforma baixos e garantir os ativos certos para projetos futuros. Embora improvável que se torne uma tendência comum e dependendo de como o mercado se comporta nos próximos anos, podemos ver alguns outros seguindo os passos da TotalEnergies”, concluiu Teresa.

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