ADNOC ABRE MÃO DE NEGOCIAR COMPRA DE PARTICIPAÇÃO DA BRASKEM
Nada feito. A Braskem anunciou hoje (6) que o grupo estatal de Abu Dhabi Adnoc desistiu de continuar com as negociações para aquisição de uma fatia acionária na companhia petroquímica. Para lembrar, os árabes haviam iniciado conversas nesse sentido, apresentando em novembro do ano passado uma oferta não vinculante pela participação da Novonor no valor de R$ 10,5 bilhões.
“Fomos informados pela Adnoc que não têm interesse em dar continuidade ao processo de análise e negociações com a Novonor sobre a potencial transação”, afirmou a Novonor em fato relevante ao mercado publicado pela Braskem. “A Novonor segue plenamente engajada no processo, em linha com o compromisso assumido com suas partes relacionadas”, completou o texto. A Novonor possui 38,3% da ações totais e 50,1% das ações ordinárias da Braskem, enquanto a Petrobrás tem 36,1% das ações totais e 47,0% das ações ordinárias.
A tentativa de venda da Braskem já vem de longa data. Tudo começou em junho de 2018, quando a então Odebrecht (hoje Novonor) anunciou negociações exclusivas com a empresa holandesa LyondellBasell para vender sua parcela na petroquímica. No entanto, as conversas não progrediram. Depois, em outubro de 2021, a Petrobrás anunciou uma oferta pública secundária de ações (follow-on) em parceria com a Novonor para vender até 100% de sua participação na Braskem. A oferta, porém, foi cancelada em janeiro de 2022, com a Petrobrás citando instabilidade nas condições do mercado.
Em maio de 2023, a Novonor declarou que recebeu uma proposta conjunta do fundo americano Apollo e da Adnoc. A oferta não vinculante estabelecia R$ 47 por ação com os ajustes usuais a este tipo de transação, que envolveria cerca de US$ 7,2 bilhões (aproximadamente R$ 35,7 bilhões). A Apollo desistiu posteriormente de seguir com o negócio. Em novembro do mesmo ano, a Adnoc fez uma nova oferta – a de R$ 10,5 bilhões citada no início desta reportagem -, que agora foi retirada de cima da mesa. Segundo informações de mercado, as questões envolvendo o rompimento da mina da Braskem em Alagoas teriam esfriado o interesse da estatal de Abu Dhabi.
A Petrobrás também está em processo de diligência da empresa e precisa dar aval ao negócio, visto que possui direito de preferência. Em fevereiro deste ano, o presidente da Petrobrás, Jean Paul Prates, manifestou o interesse da companhia em dividir a gestão da petroquímica Braskem com uma sócia.
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