NAVIO DE PESQUISA RUSSO DESCOBRE UMA RESERVA DE 500 BILHÕES DE BARRIS NA ANTÁRTIDA, MAS QUE DIFICILMENTE IRÁ SER EXPLORADA
Uma empresa de petróleo é tão grande quanto o tamanho de suas reservas. Veja agora o exemplo da Rússia. Um de seus navios de pesquisa descobriu uma reserva de petróleo gigante na Antártida em maio. A expectativa é que as reservas tenham cerca de 500 bilhões de barris de petróleo. Isso é mais do que o dobro das reservas da Arábia Saudita e maior do que a da Venezuela. Números confirmados pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep). Agora a confusão que isso pode acarretar. Essa confirmação veio direto do Comitê de Auditoria Ambiental da Câmara dos Comuns (EAC) do Reino Unido. A descoberta foi feita por navios de pesquisa russos no Mar de Weddell, que está sob a reivindicação do território ultramarino britânico. Mas, mesmo com o potencial exploratório, a área não pode ser utilizada pela Rússia por ser protegida pelo Tratado da Antártida de 1959. O documento foi elaborado após a soberania da Antártida ser colocada em pauta. No total, o continente tem sete requerentes históricos, incluindo Argentina, Austrália, Chile, França, Nova Zelândia, Noruega e Reino Unido. E aí um outro detalhe: o Comitê Científico de Investigação Antártida (SCAR) diz que estas reivindicações de propriedade estão suspensas.
Esse documento indica que a Antártida é um continente dedicado à ciência e à paz e não reconhece nenhuma soberania em nenhum território, mas ao mesmo tempo os países que têm reivindicações territoriais não deixaram de fazê-las. Portanto, não tem nada resolvido. A Antártida não é de ninguém. Em relação ao petróleo e a exploração de recursos naturais, a discussão entrou na Convenção de Proteção Ambiental da Antártida em 1991, que definiu que não seria permitido explorar e nem produzir petróleo. Esse acordo seria uma garantia de que a região só seria usada exclusivamente para fins pacíficos, evitando disputas e conflitos internacionais. Além disso, para desapontamento dos “terroristas do clima” durante o inverno o mar congela, e em caso de vazamento de óleo, ele ficaria preso entre a superfície congelada e o mar, e a cadeia alimentar seria prejudicada.
A descoberta acende um alerta para outros países, já que os russos estão cruzando o Tratado com levantamentos de petróleo e gás em áreas anteriormente inexploradas. Muito provavelmente este tema será debatido para evitar um novo conflito envolvendo a Rússia. A Antártida parece ter suas próprias defesas contra a sua exploração. O custo logístico é muito alto para qualquer empresa, além de ser um dos mais ambientes agressivos do planeta. Ainda há áreas para exploração de óleo e gás economicamente mais interessantes, com um custo menor. O governo russo, até agora, não se manifestou, mas o presidente Vladimir Putin já admitiu que desde os anos 70 há perfurações no gelo. Situada no Polo Sul e com uma área de 14 milhões de quilômetros quadrados, a Antártida é considerada a região mais fria, mais alta, mais seca, mais ventosa e mais gelada do planeta. Além de ter 90% do volume de gelo do mundo, representando cerca de 80% da sua água doce, com, aproximadamente, 28 milhões de quilômetros cúbicos.
Deixe seu comentário