COMITIVA DA AGÊNCIA INTERNACIONAL DE ENERGIA ATÔMICA ATESTA AVANÇO NO PROJETO DE EXTENSÃO DA VIDA ÚTIL DE ANGRA 1
Uma equipe de especialistas da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) concluiu uma revisão da segurança operacional a longo prazo na usina nuclear Angra 1 no Brasil. A missão de revisão dos Aspectos de Segurança da Operação a Longo Prazo (SALTO) foi solicitada pela Eletronuclear S.A., a entidade pública que possui e opera a Usina Nuclear de Angra. A comitiva da AIEA atestou que várias medidas já tomadas pela Eletronuclear estão no caminho certo para permitir a extensão da vida útil da usina por mais 20 anos.
“A equipe notou o progresso nas medidas tomadas pelo operador para garantir a operação de longo prazo segura da usina. O profissionalismo, a abertura e a receptividade para melhorias para atender e superar os padrões de segurança da AIEA em operação são louváveis“, disse o líder da equipe e Oficial Sênior de Segurança Nuclear da agência, Gabor Petofi. Ele acrescentou que “a maioria das atividades de gestão do envelhecimento e operação de longo prazo já estão alinhadas com os Padrões de Segurança da AIEA. Encorajamos a usina a abordar as descobertas da revisão e proceder com a implementação de todas as atividades restantes para uma operação de longo prazo segura”, acrescentou.
Durante a missão de dez dias, de 4 a 13 de junho, a equipe revisou a prontidão, organização e programas da usina para a operação segura a longo prazo. A missão foi conduzida por uma equipe de doze pessoas, composta por especialistas da Argentina, Bulgária, Finlândia, Japão, República da Coreia, Países Baixos, Eslováquia e Estados Unidos, bem como por dois membros do staff da AIEA. A equipe realizou discussões com o pessoal da Usina Nuclear de Angra 1 e conduziu inspeções na planta durante a revisão.
A equipe identificou várias boas práticas e desempenhos na Usina Nuclear de Angra que serão compartilhados com a indústria nuclear global, incluindo: o processo de confirmação para avaliar e melhorar regularmente os programas de gestão do envelhecimento; a ferramenta de software desenvolvida para determinar inspeções oportunísticas de componentes; o uso de inteligência artificial para determinar a vida útil qualificada dos equipamentos da usina.
A equipe também forneceu recomendações para aprimorar ainda mais as preparações para a operação de longo prazo segura, incluindo a consideração por parte da usina de: abordar e implementar consistentemente todos os atributos do programa de gestão do envelhecimento para estruturas civis; melhorar o processo de modificações temporárias de design para a operação de longo prazo; e implementar um programa abrangente de qualificação de equipamentos.
Duas missões pré-SALTO da agência em 2013 e 2018, seguidas por um acompanhamento pré-SALTO em 2022, foram realizadas anteriormente para revisar a segurança a longo prazo da unidade. A administração de Angra 1 expressou determinação em abordar as áreas identificadas para melhoria e convidar outra missão de acompanhamento em 2026.
A Eletronuclear submeteu uma solicitação de renovação de licença à Autoridade Reguladora Nuclear Brasileira (CNEN) em 2019 para estender a vida útil operacional de Angra de 40 para 60 anos. A usina 1, de 640 Megawatts elétricos (MWe), localizada a 150 quilômetros a oeste do Rio de Janeiro, entrou em operação comercial em 1985 e sua licença operacional atual expira em dezembro de 2024.
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