EXPLOSÕES DESTROEM ESTAÇÃO DE MONITORAMENTO DA MAIOR CENTRAL NUCLEAR DO MUNDO E AIEA TEME VAZAMENTO DE RADIOATIVIDADE

A maior central nuclear do mundo, Zaporizhzhia, pode estar vazando radioatividade depois que uma estação externa de monitoramento de radiação foi destruída por bombardeios e incêndios. Pelo menos é uma preocupação real do diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica, Rafael Mariano Grossi. Agora, quatro das 14 estações estão atualmente indisponíveis. A central nuclear de Zaporizhzhia (ZNPP) tem seis unidades e está sob controle militar russo desde o início de março de 2022,  localizada justamente na linha de frente das forças russas e ucranianas. Num esforço para tentar reduzir os riscos da situação para a segurança nuclear, há especialistas da AIEA estacionados no local desde setembro de 2022. O atual rodízio de especialistas da agência foi informado pelos operadores da usina que ela perdeu a conexão com a estação de monitoramento, que fica a cerca de 16 quilômetros de distância. A agência afirma que durante o conflito várias estações de monitorização de radiação num raio de 30 quilômetros da central estiveram fora de serviço durante vários períodos de tempo.

Na semana passada, houve uma queda de energia de 16 horas na cidade associada de Energodar, onde vivem muitos funcionários da usina nuclear e suas famílias, o que, segundo a AIEA, “causou uma interrupção temporária na operação de algumas das estações de monitoramento radiológico ambiental depois que elas ficaram sem bateria reserva“.

“A perda de uma estação de monitoramento de radiação não tem um impacto direto na segurança do ZNPP, mas faz parte de uma erosão contínua de uma série de medidas de segurança durante a guerra que continua a ser uma fonte profunda de preocupação”, disse Grossi. “O funcionamento do equipamento de monitoramento de radiação off-site é uma parte essencial da segurança nuclear em todo o mundo. Esses sistemas são importantes para monitorar continuamente os níveis de radiação e, no caso de uma emergência, para avaliar rapidamente o impacto radiológico em andamento e potencial e quais ações de proteção podem precisar ser tomadas”, acrescentou.

A Ucrânia está entre os 51 países que participam no Sistema Internacional de Monitorização da Radiação da AIEA, que recolhe dados de monitorização de mais de 6.000 estações de monitorização que operam em todo o mundo. Na última atualização da AIEA sobre a situação de segurança e proteção das usinas nucleares da Ucrânia, foi dito que a equipe em Zaporizhzhia continuou a ouvir explosões regulares a alguma distância da usina. Entre suas atividades desta semana, eles testemunharam o teste de um gerador a diesel de emergência, para verificar se ele ligava em 11 segundos após a perda de energia externa, e também visitaram o centro de emergência temporário no local.