RAFAEL GROSSI PEDE QUE O BANCO MUNDIAL E OUTROS BANCOS DE DESENVOLVIMENTO FINANCIEM NOVOS PROJETOS NUCLEARES

O diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica, Rafael Mariano Grossi, pede que o Banco Mundial e outros bancos multinacionais de desenvolvimento comecem a financiar novos projetos de energia nuclear como parte dos esforços para alcançar uma descarbonização rápida e profunda. Nos seus comentários aos membros do conselho do Banco Mundial, em Washington, EUA, Grossi disse que da África à Ásia, os países que procuram adicionar energia nuclear ao seu cabaz energético precisam de apoio técnico e financeiro. “Com a sua experiência técnica, a AIEA acompanha-os ao longo das suas viagens nucleares, ajudando-os a estabelecer a infraestrutura para um programa de energia nuclear seguro, protegido e sustentável. Mas o financiamento continua a ser um obstáculo. Embora o sector privado precise de contribuir cada vez mais para o financiamento, os bancos multilaterais de desenvolvimento, como o Banco Mundial. pode promover o desenvolvimento sustentável avaliando a viabilidade financeira de projetos nucleares e contribuindo com empréstimos a taxas acessíveis”, declarou.

Embora alguns bancos multinacionais de desenvolvimento tenham fornecido empréstimos para descomissionamento ou atualizações de usinas existentes, eles não contribuem para o financiamento de novos projetos de construção. A promessa de mirar em uma triplicação da capacidade de energia nuclear, apoiada por mais de 20 países na COP28 em dezembro, incluiu convidar “acionistas do Banco Mundial, instituições financeiras internacionais e bancos regionais de desenvolvimento a encorajar a inclusão da energia nuclear nas políticas de empréstimos de energia de suas organizações, conforme necessário, e a apoiar ativamente a energia nuclear quando tiverem tal mandato, e encorajar órgãos regionais que tenham o mandato para fazê-lo a considerar fornecer suporte financeiro à energia nuclear”.

A Agência Internacional de Energia afirma que a capacidade de energia nuclear deve mais que dobrar até 2050 para atingir as metas climáticas, e a AIEA estimou que isso significaria mais que dobrar o investimento anual em energia nuclear para US$ 100 bilhões. Discutindo a questão com os membros do conselho do Banco Mundial, Grossi disse que a AIEA “está pronta para fornecer qualquer assistência técnica exigida pelos credores multinacionais em relação ao desenvolvimento de infraestruturas nucleares, segurança e salvaguardas nucleares.” A AIEA afirma que há cerca de 30 países que consideram ou embarcam na energia nuclear, com cerca de dois terços deles no mundo em desenvolvimento e que o financiamento continua a ser um grande obstáculo para muitos.