RAFAEL GROSSI VOLTA A FAZER ALERTA SOBRE BOMBARDEIOS PERTO DA USINA NUCLEAR NA UCRÂNIA DEPOIS DE TRÊS ATAQUES DE DRONES

O diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica, Rafael Mariano Grossi, pediu o fim imediato dos ataques de drones nas proximidades da usina nuclear de Zaporizhzhia, a maior central da Europa, que fica na Ucrânia, após relatos de ferimentos em trabalhadores da usina e incêndios florestais. A central tem seis unidades e está sob controle militar russo desde o início de março de 2022, na linha de frente das forças ucranianas e russas. Ela tem especialistas da AIEA trabalhando no local desde setembro de 2022 e o Conselho de Segurança das Nações Unidas apoiou os cinco princípios-chave de segurança e proteção de Grossi, incluindo que ninguém deve armazenar equipamento militar pesado em, ou disparar armas de uma usina nuclear, e ninguém deve atirar em uma usina nuclear. Os especialistas da AIEA posicionados na usina disseram que viram fumaça espessa e ouviram explosões vindas de perto do pátio de manobras de 750 quilovolts da usina depois que foram informados de que drones atingiram uma floresta adjacente, iniciando incêndios em condições de vento. Os bombeiros estavam trabalhando para controlar as chamas. O pátio de manobras está localizado fora do próprio local da usina de Zaporizhzhia. Por enquanto, os especialistas da AIEA não relatam nenhum impacto no local.

“É extremamente preocupante que esses ataques de drones continuem, apesar dos perigos muito claros que eles representam para as pessoas em Energodar, bem como para a segurança na usina nuclear de Zaporizhzhia“, disse Grossi. “Eles devem parar, imediatamente.” Foram feitos três ataques de drones no dia 3, quarta-feira passada,  perto da cidade de Energodar, que  atingiram uma de suas subestações elétricas, ferindo oito trabalhadores, um dos quais precisou de cuidados médicos, disse a usina. Os especialistas da AIEA foram informados de que o suposto impacto também causou um vazamento de óleo de pelo menos um dos dois transformadores da subestação e danos ao topo de um deles, bem como a uma linha de conexão. Como resultado, a subestação afetada – Raduga – está atualmente fora de serviço, mas Energodar e uma área industrial adjacente ainda estão recebendo eletricidade.

A AIEA disse que o último incidente apresenta um risco adicional à segurança nuclear, já que a única linha de energia de 750 kV restante da usina de Zaporizhzhia fornece a eletricidade externa que a usina precisa para resfriar seus seis reatores em desligamento a frio e para outras funções essenciais de segurança e proteção nuclear. Atualmente, a linha de energia de 750 kV, bem como uma linha de backup de 330 kV, ainda estão disponíveis, mas a situação continua precária. No mês passado, houve uma perda de energia de 16 horas em Energodar, onde muitos funcionários da usina nuclear e suas famílias vivem, devido a ataques de drones nas subestações Raduga e Luch. No início de abril, ataques de drones também atingiram o local da usina Zaporizhzhia.