OS MAIS VIOLENTOS CARTÉIS DE DROGAS DO MÉXICO DESAFIAM O GOVERNO E PASSAM A ROUBAR OLEODUTOS, COMBUSTÍVES E MINÉRIOS

O governo mexicano está vivendo uma atividade que a cada piora mais, assim como no Brasil: o enfrentamento ao crime organizado. Por aqui, os tentáculos do PCC e do Comando Vermelho se espalham por várias atividades econômicas. No México, os mais violentos cartéis de drogas, como o de Sinaloa, estão diversificando as suas operações e atacando oleodutos para roubar petróleo e combustíveis. Se são atacados pela polícia, explodem os oleodutos, muitas vezes causando mortes de pessoas inocentes, que se aglomeram no local do roubou, servindo de “escudos humanos”, uma tática usada pelas gangues. Muitos dos cartéis de drogas mexicanos começaram como organizações criminosas cuja atividade principal era apenas o tráfico de drogas, mas atualmente algumas gangues estão envolvidas em roubo de combustível, em roubo de veículos e especializadas e em serviços públicos. Os grupos criminosos que aderiram ao tráfico de drogas passaram a exercer outras atividades. A Administração Antidrogas dos Estados Unidos afirma que os cartéis de droga mais poderosos, Sinaloa e Jalisco New Generation (CJNG), estão envolvidos em muitos empreendimentos ilegais que resultam em lucros.

Sequestros, uma outra atividade em crescimento no México

“O Cartel de Sinaloa está mais intimamente identificado com o tráfico de drogas, mas também está envolvido na extorsão, sequestros de empresários, no roubo de petróleo e minérios, no tráfico de armas, no contrabando de migrantes e na prostituição”, afirma a Avaliação Nacional da Ameaça das Drogas de 2024, em um relatório interno. O CJNG dirige o roubo de combustível de oleodutos, extorque agricultores de agave e abacate, migrantes e funcionários penitenciários e tributa contrabandistas de migrantes, afirma o relatório.

O portfólio é extenso. Embora o tráfico de drogas seja a atividade mais lucrativa, tem um tempo de recuperação do investimento mais longo em comparação com outras atividades criminosas, que rendem lucro quase imediato. O CJNG dirige o roubo de combustível de oleodutos, extorque agricultores de abacates, migrantes e funcionários penitenciários e tributa contrabandistas de migrantes. Numa pequena cidade no estado de Michoacán, no oeste do México, membros de um grupo criminoso forçaram os residentes a pagar por um serviço de Internet de alto custo  ou enfrentariam a morte. Após estas ameaças, os pagamentos passaram a ser  efetuados mensalmente. A multibilionária indústria mexicana de abacate, que continua a bater recordes de exportações todos os anos, também tem sido um dos principais alvos dos cartéis de drogas. Os abacates são conhecidos como “ouro verde” no México. O país se tornou o maior produtor mundial da fruta. Mas à medida que a fortuna dos produtores aumentou, estes enfrentaram ameaças crescentes de cartéis de droga que procuravam uma parte dos lucros. Em Michoacán, o único estado autorizado a exportar a fruta para os EUA, o CJNG e as gangues locais exigem pagamentos dos agricultores, muitas vezes chamados de “taxas de proteção”. Essas taxas podem variar de US$ 135 a US$ 500 mensais por hectare, dependendo do tamanho da fazenda e do nível de ameaça percebida.