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MORREU AOS 90 ANOS O ENGENHEIRO RONALDO FABRÍCIO, UM DOS PIONEIROS DA INDÚSTRIA NUCLEAR BRASILEIRA

Ronaldo-Fabricio1-1024x981-300x287Uma notícia triste que deixará o setor nuclear brasileiro de luto e com o sentimento de pesar. Morreu na madrugada desta quinta-feira (1º), aos 90 anos, o engenheiro civil Ronaldo Fabrício. O velório acontecerá amanhã (2), a partir das 10h30, na capela 8 do Crematório do Memorial do Carmo, no Caju, Zona Portuária do Rio. O ato de cremação será às 12h30h. Além de ter sido um nome consagrado no setor de energia, ao fundar e ser o primeiro presidente da Eletronuclear, Ronaldo também deixou sua marca na política. Ele foi o primeiro prefeito de Niterói após a fusão entre o Rio de Janeiro e o antigo estado da Guanabara, entre março de 1975 e janeiro de 1977.

A trajetória vitoriosa de Fabrício começou em 1957, quando se formou em engenharia civil pela Escola Nacional de Engenharia da então Universidade do Brasil (hoje Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ). Ele iniciou sua carreira passando por trabalhos no Estado do Rio, até chegar à chefia do canteiro de obras de Angra 1, posto que ocupou entre 1973 e 1975. Começava ali uma rica história de contribuição para o setor energético nacional.

Usinas Angra 1 e 2: projetos que levam consigo as contribuições deixar por Ronaldo Fabrício ao setor nuclear

Usinas Angra 1 e 2: projetos que levam consigo as contribuições deixadas por Ronaldo Fabrício ao setor nuclear

No entanto, a passagem de Fabricio pela indústria nuclear teria uma breve pausa de dois anos. Isso porque, em março de 1975, ele foi indicado pelo então governador do Rio de Janeiro, Faria Lima, para comandar a prefeitura de Niterói (RJ). Durante seu mandato, ele realizou importantes obras de infraestrutura no município, incluindo a pavimentação da Avenida Visconde do Rio Branco, no Centro, bem como as duplicações da Avenida Marquês do Paraná, também no Centro, e da Orla de Charitas, na Zona Sul. Além disso, iniciou as obras do Túnel Raul Veiga, que seriam concluídas e inauguradas por seu sucessor, Moreira Franco.

Ronaldo Fabrício recebeu a Medalha de Honra ao Mérito Nuclear da ABDAN em 2017

Ronaldo Fabrício recebeu a Medalha de Honra ao Mérito Nuclear da ABDAN em 2017

Depois de sua passagem pela vida política, retornaria ao setor nuclear em 1977 para deixar uma marca de pioneirismo e grandes realizações. Naquele ano, assumiu a presidência da Nuclen, uma subsidiária da Nuclebrás, que seria responsável pelos projetos das usinas nucleares brasileiras. Dali em diante, ele galgaria postos e traçaria planos importantes para o desenvolvimento do segmento nuclear no Brasil. Em 1987, após dificuldades financeiras do governo federal e falta de verbas para Angra 2, desligou-se da Nuclebrás e foi trabalhar na área de telecomunicações.

Em 1993, retornou ao setor nuclear, após convite para assumir a diretoria de centrais nucleares de Furnas, assumindo a presidência da empresa em 1994. Já em 1997, foi o fundador e o primeiro presidente da Eletronuclear. Ele deu prosseguimento à montagem eletromecânica de Angra 2, que deveria ter sido iniciada em 1987, mas estava parada desde então. Nos três anos à frente da nova estatal, o engenheiro conseguiu concluir a construção da planta e, logo após a entrada em operação, deixou o cargo, no ano de 2000. Três anos depois, o engenheiro foi convidado por Thompson Mota, então diretor da FGV e presidente da Associação Brasileira para Desenvolvimento de Atividades Nucleares (ABDAN), para assumir a vice-presidência da entidade – posto que ocupou até abril de 2016.

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