COM A IMAGEM QUEIMADA PELOS FOCOS DE INCÊNDIO, MARINA SILVA FALA NO G-20 QUE NÃO VAI CEDER ÀS PRESSÕES PELA MARGEM EQUATORIAL

A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, parece em casa falando para estrangeiros no encontro sobre a Transição Energética do G-20, que começou hoje (30) em Foz do Iguaçu e vai até a próxima sexta-feira (4/10). É uma fala com pitadas de anti-patriotismo, que revela uma incompetência obtusa e teimosa. Com a mesma autoridade de quem é responsável pelo meio ambiente brasileiro e não consegue resolver os  incêndios que já estão com mais de mil focos pelo país, destruindo não só florestas e o pantanal, mas plantações de todo tipo pelo Brasil a dentro. Só a safra da cana já caiu em 15% em quatro estados. Isso significa bilhões em prejuízos para o país e atingirá sem pena o preço dos combustíveis. Ela nunca assume a própria fragilidade, mas sempre aponta o dedo culpando alguém. É o clima, é a seca, são os produtores, agora são os governadores. E pelo jeito, como está no cargo, ainda com as roupas molhadas pelas lágrimas do presidente Lula em um evento internacional  na Suiça, parece que a escolha do governo, neste caso, é abraçar a incompetência e se agarrar nela para preservar a imagem da ministra.

Em relação à Margem Equatorial, onde há mais de 2.500 metros de lâmina d’água,  a 250 quilômetros do litoral, em uma região que vai do Amapá ao Rio Grande do Norte, há uma reserva que se espera ser maior do pré-sal das bacias de Campos e Santos. Mas a ministra diz que só vai conceder a licença quando Ibama liberar. Se alguém souber que o Ibama tem meios técnicos de estudar uma área desta envergadura, com esta profundidade, diz aí. Um lugar que as vezes falta até papel e tinta de impressão, pode ter condições profissionais de dar ou não uma licença como estas?  Eles recorrerem à meios internacionais que estão desinteressados  em que o Brasil faça a exploração. E usam, como já dissemos, até vídeos falsos da Foz do Amazonas para dizer que há uma barreira de corais que não existe. E os técnicos do Ibama engolem? Enquanto a teimosia e a subserviência internacional se mantém, o país perde trilhões de dólares que impedem o desenvolvimento de milhões de brasileiros na região que poderiam melhorar suas condições de vida.

Margem Equatorial

A Petrobrás aguarda com imensa paciência o licenciamento do Ibama para poder perfurar o primeiro poço na Bacia da Foz do Amazonas. “Licenciamentos são processos técnicos. A área técnica tem seu tempo necessário para fazer a análise e as manifestações em bases técnicas. É assim que ocorre em um governo republicano”  disse Marina. Ela participou na manhã de hoje do seminário “Finanças Hoje para o Nosso Amanhã: Reorientando Finanças para a Sustentabilidade Ambiental”. O encontro é um evento paralelo às reuniões do Grupo de Trabalho de Sustentabilidade Ambiental e Climática do G20. Marina mostrou que não vai ceder: “Em um governo republicano, o que funciona são as instituições e os pareceres técnicos, que são dados e levados em conta na análise das propostas feitas com base nos estudos de impacto ambiental”.

Durante o evento, Marina disse que 58% do território nacional está em situação de seca e sofre com mais os incêndios. Ela citou os dados ao ressaltar a importância de se preservar a natureza. “ O Brasil está com 58% do território em seca e um terço em seca extrema. Os incêndios chegam a mais de 900, e rios com 14 metros de profundidade estão com 70 centímetros de profundidade. Precisamos pensar e agir de forma urgente. Dependemos da natureza. Segundo dados do Fórum Econômico Mundial, 50% do PIB mundial depende muito ou moderadamente da natureza. Na América do Sul, é mais de 50%. E mais de 75% do que é produzido na região depende das chuvas. Ecologia e economia fazem parte da mesma equação. Até agora, usamos a natureza para criar bens financeiros e materiais”.