NOVO PLANO DECENAL PREVÊ CRESCIMENTO NA DEMANDA POR GÁS E AUMENTO DE 17% NA REDE DE TRANSMISSÃO DE ENERGIA | Petronotícias




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NOVO PLANO DECENAL PREVÊ CRESCIMENTO NA DEMANDA POR GÁS E AUMENTO DE 17% NA REDE DE TRANSMISSÃO DE ENERGIA

THIAGO-PRADOA Empresa de Pesquisa Energética (EPE), presidida por Thiago Prado (foto), fez recentemente a publicação de novos cadernos que fazem parte do Plano Decenal de Energia (PDE 2034), destacando previsões animadoras tanto para o mercado de gás natural quanto para o segmento de transmissão de energia (as publicações estão disponíveis do site da EPE). No documento específico para o gás natural, a EPE prevê que a demanda do insumo para os segmentos residencial, comercial e industrial aumentará 37,5% no horizonte dos próximos dez anos. Ou seja, em 2034, a demanda será de 56 milhões de m³ por dia, o que representaria um crescimento de 3,2% ao ano no período.

No segmento downstream, a demanda deve sair de 16 milhões de m³ por dia em 2024 para 23 milhões de m³ por dia ao final do período decenal. Ainda segundo as projeções da EPE, a demanda termelétrica, atualmente em 72 milhões de m³ por dia, sofreria uma queda para 65 milhões de m³ por dia em 2025, devido ao término do contrato de algumas termelétricas. Depois, haveria uma retomada, chegando a uma demanda de 140 milhões de m³ por dia em 2034.

GASAlém disso, a publicação busca apresentar estimativas de investimentos para o horizonte do estudo, de modo a fornecer informações relevantes quanto à evolução deste mercado. A oferta nacional projetada na malha integrada tem perspectivas de crescimento de quase 100% entre os anos de 2024 e 2034 enquanto a capacidade de importação cresce 20% no mesmo período.

Outro destaque que o caderno traz é o avanço dos investimentos na indústria de gás natural brasileira, visto a entrada em operação de ativos já apresentados em outros PDEs, embora sejam esperados investimentos ao longo do horizonte. Os projetos classificados como previstos, da ordem de R$ 14 bilhões, já se encontram próximos à entrada em operação, enquanto os indicativos ainda carecem de maior definição por parte de agentes interessados, totalizando pouco mais de R$140 bilhões.

CRESCIMENTO DE QUASE 17% NA REDE DE TRANSMISSÃO

Linhas de transmissãoNo caderno que trata da transmissão de energia, a EPE projeta que o país receberá investimentos de R$ 128,6 bilhões para a construção de 30.000 km de novas linhas de transmissão e 82.000 MVA em novas subestações até 2034. O caderno também destaca a necessidade de atender a demanda crescente dos Data Centers. Devido a essa alta demanda, a EPE tem realizado estudos de planejamento considerando a prospecção de crescimento dessas cargas no horizonte de médio a longo prazo.

A publicação aponta ainda que o Brasil possui hoje 187 mil km de linhas de transmissão, número que deve subir para 218 mil km em 2034 – um crescimento de quase 17%. No caso das subestações, a potência atual total do país é de 482 mil MVA, com uma previsão de alta para 564 mil MVA daqui a dez anos – alta de 17%.

epeAlém disso, o documento ainda aborda a questão da expansão da transmissão para atendimento à expressiva demanda projetada para os próximos anos de plantas de produção de hidrogênio. Devido ao elevado nível de renovabilidade da matriz elétrica brasileira e à alta disponibilidade de fontes renováveis para expansão, o Brasil tem sido identificado como um mercado promissor para a entrada de projetos eletrointensivos, como os data centers e a indústria do hidrogênio de baixo carbono.

De acordo com o Ministério de Minas e Energia (MME), o Brasil possui diversos projetos de hidrogênio com estudos em andamento, previstos para se conectarem em pontos específicos da rede, que totalizam uma capacidade instalada muito superior ao pico de demanda atual de toda a região Nordeste. Em razão dessa elevada demanda de projetos relacionados a essa indústria, fortemente concentrados na Região Nordeste, a EPE iniciou em 2024 um estudo prospectivo de expansão da transmissão que levará em consideração cenários de crescimento de cargas desse tipo no horizonte de médio a longo prazo. Um dos principais desafios desse estudo será definir qual o montante de carga de hidrogênio para o qual o sistema de transmissão será dimensionado.

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